Renan Santos queima bandeira do CV no Ceará e promete “matar ou prender” chefes de facção
Ao incendiar uma bandeira do Comando Vermelho em Flamengo (CE), Renan Santos defendeu aplicar no Brasil o chamado “direito penal do inimigo”, prometendo matar ou prender todas as lideranças de facções se a Missão chegar ao poder.
Renan Santos queima bandeira do CV e defende “direito penal do inimigo” contra facções
Em Flamengo, no interior do Ceará, Renan Santos reforçou a identidade “antifacção” que pretende dar ao Partido Missão ao queimar, em ato simbólico, uma bandeira do Comando Vermelho diante de moradores e apoiadores. A cena foi apresentada como um gesto de ruptura com a normalização da presença de facções no cotidiano das comunidades, marcando que, em um eventual governo seu, essas organizações seriam tratadas como inimigos do Estado, e não como delinquentes comuns.
No discurso, Renan afirmou que, se a Missão chegar ao poder, a ordenação será “matar ou prender todas as lideranças de todas as facções”, conectando explicitamente sua plataforma à ideia de “direito penal do inimigo”. Nessa doutrina, chefes de organizações que atentam contra a própria estrutura do Estado deixam de ser vistos apenas como cidadãos que cometeram crimes e passam a ser enquadrados como inimigos que rompem o pacto social, o que justificaria um tratamento penal excepcional e mais rígido.
Ao trazer esse conceito para o centro da fala, Renan argumentou que o Brasil precisa abandonar a lógica que coloca líderes de facções no mesmo patamar processual de delitos comuns. Na visão dele, quem comanda CV, PCC e grupos similares exerce poder territorial, controla economias ilegais, corrompe instituições e ordena assassinatos de civis e agentes públicos, o que exige um modelo jurídico diferenciado, com menos brechas para benefícios e maior capacidade de neutralização dessas lideranças.
Renan também procurou ligar o “direito penal do inimigo” ao sentimento de justiça de comunidades dominadas pelo crime, defendendo que o Estado tem o dever de estar ao lado das vítimas e não dos chefes de facção. Para ele, a distinção entre “cidadão” e “inimigo” não se aplica a jovens cooptados na base, que ainda devem ser alvo de políticas sociais e oportunidades, mas à cúpula que enriquece explorando medo, extorsão e morte. Nesse enquadramento, a mensagem é clara: o alvo principal de um eventual governo da Missão seriam os comandos que hoje se comportam como estados paralelos em várias regiões do país.

