Contos Eróticos

Dez anos depois, nosso primeiro encontro.

Eu me lembro vagamente das nossas primeiras mensagens.

Provocadoras, íntimas que me atravessavam como quem acerta de primeira pontos que nem eu sabia que existia.

Não era apenas sobre corpo, nem só sobre pele. Era sobre ler entrelinhas e responder no exato ritmo do meu fôlego.

Na época, eu achava que era só mais uma troca virtual, dessas que até esquentam a mente e o corpo mas morrem na tela. Mas com ele…Era diferente.

Era como se ele desvendasse algo em mim. Como se ele soubesse exatamente o que dizer pra me deixar excitada, molhada, confusa, curiosa.

E sempre foi ao mesmo tempo… confortável. Como se ele já tivesse me visto antes.

Não por fora. Mas por dentro como ninguém nunca antes nem eu mesma.

Eu conheci o Pedro através do Clímax, após ler um dos seus contos eu simplesmente não consegui mais parar e virava noites adentro lendo e relendo as suas aventuras. Eu corpo regia, eu me colocava no lugar daquelas mulheres.

Durante dez anos nós conversamos sobre tudo até que um dia começamos a pensar na possibilidade de sermos sócios numa empresa e como as coisas realmente estavam caminhando para tudo dar certo, ele veio para São Paulo é a partir daqui que essa história começa. Uma história linda, cheia de sonhos, cumplicidade, medo e claro … Muito sexo.

O primeiro Encontro

Demorou 10 anos… E o plano era profissional.

Pedro chegou em São Paulo e foi direto do aeroporto para o pequeno estúdio que eles escolheram para ele trabalhar enquanto estivesse na cidade. Ele e Marina tinham uma semana para alinhar a expansão da agência, prospectar novos clientes, pensar em campanhas regionais e toda a estrutura entre os dois estados.

Nada fora do normal. Mas, a verdade é que os dois já sabiam: aquela visita ia ser menos sobre pauta e mais sobre a confirmação de tudo o que eles já sabiam que pulsava além da parceria profissional que eles tinham firmado.

Não era apenas trabalho. Era sobre eles e tudo que eles já sentiam e queriam sentir na pele propriamente.

Dez anos que tudo tinha começado: mensagens que começaram inocentes e foram escurecendo de desejo, de frases atravessadas de tensão e silêncio. Tempo em que se tocaram apenas com palavras, mas em que as palavras foram suficientes para incendiar e fazer questionar tudo que havia além deles.

Agora, ela estava subindo pelo elevador.

Ele ouviu o som do salto dela ecoando no corredor. O coração acelerou.

Era uma batida surda, estranha, de quem não sabe se está ansioso ou com medo.

Então, ela entrou.

Era tão familiar e ao mesmo tempo não era. Marina tinha o mesmo olhar intenso, a postura segura, a boca que já tinha descrito tanto sobre desejo sem nunca ter sido beijada de verdade. Mas agora ela estava ali, real, com cheiro, com pele, com corpo. Uma presença viva, latente, prestes a explodir.

Eles não disseram nada nos primeiros segundos.

Sorriram.

Se olharam.

O mundo ficou mudo.

Ela largou a bolsa, tirou o casaco, e foi até ele.

— Oi, Pedro.

— Dez anos, Marina.

— Você acha que a gente sobrevive a essa semana?

Ele sorriu, mas os olhos eram fome.

— Não. Eu acho que tudo muda a partir dela, mas eu esperei tempo demais pra me preocupar com isso agora.

O primeiro beijo foi um mergulho. As bocas se reconheceram como se já tivessem feito aquilo milhares de vezes e, de certo modo, tinham feito.

Em mensagens. Em sonhos. Em contos. Em gozos solitários.

Depois, o ritmo mudou.

As mãos dele estavam em toda parte, como se precisassem confirmar o que a mente duvidava. Ela gemeu quando ele mordeu seu pescoço, puxou sua camisa, e arranhou as costas dele como se estivesse marcando território.

— Você ainda quer isso? — ele perguntou no ouvido dela, enquanto a empurrava contra a parede.

— É tudo que eu mais quero agora.

Ele a segurou pela cintura e a despiu devagar, como quem desembrulhava um presente.

Marina, nua, era o resumo de todas as fantasias que ele desejava viver por uma década.

Ele passou os dedos entre as pernas dela, sentindo o quanto ela já estava molhada.

— Isso tudo por mim?

— Por você. Pela tua voz. Por cada vez que você me deixou quente e não estava comigo.

Pedro ajoelhou. Tirou a calcinha dela com os dentes. E a olhou de baixo.

— Preciso sentir o teu gosto antes de tudo.

Ele não pediu mais nada. Só a lambeu com fome. E ela veio, intensa, molhada, gritando o nome dele enquanto tremia por baixo da língua dele.

E explodiu pela primeira vez ali com os olhos fechados, a cabeça jogada pra trás, as mãos na parede.

Ele subiu, os lábios molhados do gozo dela, e a beijou outra vez.

— Agora você é minha, Marina.

Ela olhou pra ele com os olhos turvos de prazer e respondeu sem hesitar:

— Sempre fui.

Ele a virou de costas. Ela apoiou as mãos na parede.

O som da calça dele abrindo e caindo. O corpo colando. As mãos dele seguraram firme, encaixando, entrando nela de uma vez.

Ela gemeu…

— Ah isso. — ela pediu. — Me fode.

E ele fodeu.

Eles se encaixaram com violência. Era como se o tempo tivesse acumulado em cada estocada. O som dos corpos, os gemidos, os gritos abafados, tudo parecia maior. Como se o mundo tivesse parado pra ver.

Ela ainda arfava contra a parede quando ele saiu de dentro dela, suado, as mãos ainda firmes na cintura.

— Ainda não acabou, Marina — ele sussurrou, como quem ainda precisava mais.

Ela se virou de frente, com os olhos fervilhando de prazer, com os cabelos suados grudados na testa, se jogou contra o corpo dele e o empurrou para trás, fazendo-o sentar na beirada da cama.

Se ajoelhou diante dele, sem tirar os olhos dos dele.

— Quero provar o que é meu — disse, e envolveu o pau dele com a boca quente, lambendo devagar, sem pressa, sem piedade.

Ele gemeu alto, puxando os cabelos dela com força, os quadris involuntariamente se movendo. A visão dela ajoelhada, com os olhos fixos nele, a boca cheia e molhada… Era melhor do ele já tinha imaginado.

— Porra, Marina… — ele rosnou. — Se você continuar assim, eu vou…

Ela tirou a boca devagar, os lábios brilhando.

— Vai gozar? — perguntou com provocação, subindo em cima dele. —Vai sim mas dentro de mim.

E se encaixou. Ali, em cima dele, montada como quem dominava um território que era dela por direito.

Ele agarrou os quadris dela e olhava para os seios se movendo no ritmo, a boca entreaberta, o gemido mais grave, mais sujo.

— Senta no pau do seu homem, senta! — ele disse, apertando ainda mais.

Ela rebolava, gemendo cada vez mais alto, até que gritou e gozou de novo, sentindo o corpo inteiro estremecer. Mas não parou. Manteve o ritmo até que ele grunhiu forte, jogando a cabeça pra trás, explodindo dentro dela.

Mas ainda não era o fim.

Ele a pegou sem aviso e a colocou de quatro

— Quero te sentir gozar de novo — disse, colocando dois dedos dentro dela devagar.

Ela mordeu o travesseiro, tentando se conter, mas não conseguia. A respiração falhava. Os joelhos tremiam.

Ele se ajoelhou e a lambeu com fome.

Língua firme, dedo fundo.

— Pedro… Eu vou… — ela gemeu, sem forças.

— Goza de novo minha puta.

E ela gozou…

Os corpos caíram na cama com a respiração ainda descompassada.

— Você imaginava assim? — ela perguntou, traçando círculos com o dedo na pele dele.

— Não. É melhor.

— Eu não quero que acabe.

— Isso aqui é só o primeiro round, Marina. Só o primeiro.

E foi.

Eles transaram mais vezes. Na poltrona do canto, onde ele a segurou de bruços e fodeu olhando o reflexo dela no vidro. Outra no chão, com ela em cima, arranhando as costas dele.

E quando o sol já ia embora e o quarto cheirava a sexo, suor e respiração crua, eles se deitaram, enfim.

Já era madrugada quando Marina abriu os olhos. O corpo pesado, saciado, mas ainda inquieto. Sentia sua coxa colada na dele, o braço em volta da cintura, o calor morno da respiração no seu pescoço.

Ela se mexeu devagar, tentando não acordá-lo.

— Tá achando que vai fugir? — ele murmurou, a voz rouca, grossa, carregada de sono e desejo.

Ela sorriu de canto.

— Acordado?

— Com você do meu lado? Nunca totalmente dormindo.

Ele virou de lado, colando o corpo nu ao dela, a mão deslizando pela barriga até o quadril, sentindo a pele quente.

— Quantas vezes você pensou nisso? — ela perguntou, virando-se de frente, o nariz encostando no dele.

— Perdi a conta. Mas nenhuma chegou perto do que foi te ter hoje.

Ela segurou o rosto dele com as duas mãos, puxou devagar para um beijo lento, molhado, cheio de preguiça e vontade. E quando ele começou a beijar seu pescoço de novo, ela já estava derretendo.

— Eu devia estar exausta — sussurrou.

— E está. Mas seu corpo está me chamando. Eu escuto daqui.

Ele desceu a boca pelo pescoço, mordeu o colo, lambeu os seios, sugou cada um com calma, como se tivesse todo o tempo do mundo. E tinha.

Eles tinham decidido esquecer o relógio.

Marina se abriu sob ele sem dizer nada. As pernas se separaram, o quadril se ergueu e ele a penetrou devagar, com força controlada, os dois gemendo baixinho.

Ali, no escuro, sem pressa, os movimentos foram longos, fundos, intensos. Ele dizia o nome dela entre os dentes. Ela arranhava suas costas, beijava sua boca com sede, enquanto rebolava contra ele, sussurrando:

— Vai fundo… Não para… Deixa eu te sentir inteiro…

Pedro a virou de bruços, puxou pelos quadris e a penetrou mais uma vez.

E ali, ela explodiu, com a mão na boca para não gritar alto demais.

Depois, ele a puxou de volta para o peito.

— Você tem ideia do que fez comigo hoje? — ele perguntou, o nariz perdido no cabelo dela.

— Acho que sim… Porque você fez igual comigo.

Ela se virou de novo, se aninhando contra ele.

— Eu não quero dormir — ela confessou.

— Nem eu. Mas se dormir, prometo que acordo te comendo de novo.

Ela riu baixinho.

— Acorda com a boca.

— Com ela, com a mão, com tudo.

E assim ficaram. Abraçados. Quase dormindo. Quase recomeçando.

Porque a fome entre eles não dormia.

O sol mal tocava a fresta da cortina quando Marina abriu os olhos. Ainda sonolenta, com o corpo dolorido de prazer, ela sentiu primeiro o toque da ponta dos dedos de Pedro traçando lentamente as linhas das suas costas, depois descendo até o quadril nu, ali onde ela era puro calor, puro pulso, pura fome contida.

Ela não disse nada.

Deixou o corpo falar antes.

Se moveu devagar, empinando de leve, provocando sem olhar. Um convite silencioso. Ele entendeu na hora.

— Você quer mesmo que eu começar o dia assim, Safada? — ele perguntou, a voz ainda mais rouca que na madrugada.

— Quero que você comece dentro de mim — ela respondeu, sem virar o rosto.

Pedro se ajeitou atrás dela, empurrando os lençóis para longe. Estava duro, pronto, pulsando. Ele afastou as pernas dela com os joelhos, segurando com firmeza sua cintura, e a penetrou de uma vez. Ela gemeu, sem filtros agora, porque o mundo ainda dormia, e eles podiam tudo.

— Puta que pariu, Marina… — ele murmurou, colado nela, sentindo-se inteiro só ali.

Ela apoiou os cotovelos no colchão, o corpo entregue, querendo mais.

Acordando pelo gozo, não pelo relógio.

Ele saiu devagar e voltou com mais força, aumentando o ritmo enquanto beijava suas costas, seus ombros, enquanto segurava seus quadris como quem segura uma verdade que esperou demais para viver.

— Você é minha agora… — ele sussurrou no ouvido dela, mordendo devagar a orelha. — Foda-se o resto.

Ela olhou por cima do ombro, os olhos quase selvagens.

— Me vira.

E ele virou. Com brutalidade delicada, com desejo cru.

Agora de frente, Marina o puxou pela nuca, colou as bocas e rebolou até senti-lo mais fundo. Os quadris se encontravam num compasso urgente, como se o mundo fosse acabar dali a pouco. Ele mordia o queixo dela, ela gemia o nome dele sem medo.

— Gosta assim, sua puta? — ele perguntou, entre uma estocada e outra.

— Gosto mais quando você goza junto comigo — ela respondeu, suada de novo.

O orgasmo veio como uma onda. Ela primeiro, tremendo inteira, mordendo o ombro dele. Ele depois, se enterrando com força, com um gemido rouco no ouvido dela, como se estivesse soltando tudo o que segurou até aquele momento.

Caíram exaustos, abraçados, sem dizer nada por longos minutos. Só a respiração acelerada, os corpos ainda colados, e o cheiro de pele, gozo e desejo grudando nas paredes.

Ele passou a mão pelos cabelos dela.

— A gente devia dormir mais vezes assim…

Ela riu baixinho.

— A gente devia só transar e esquecer o mundo por uns dias.

Mas o dia chamava.

Eles tomaram banho juntos e com ela chupando ele encostada na parede do box, ajoelhada, ele puxando o cabelo dela para trás, gemendo entre os dentes quando gozou de novo.

E depois, café. Roupa. Olhares que não sabiam disfarçar. Uma Marina leve, mais leve do que estivera em meses. Um Pedro que não parava de olhar pra ela como se estivesse vendo pela primeira vez.

Porque era isso que eles estavam aprendendo a viver: o agora.

Continua…

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