Venezuela oferece recompensa para prender opositor de Maduro
Decisão ocorre dias antes da posse do presidente Nicolás Maduro para mais um mandato.
O governo da Venezuela anunciou uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levem à prisão do opositor Edmundo González, candidato que disputou as eleições contra Maduro em julho de 2024. A medida acontece às vésperas da posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato. Após se exilar na Espanha, González prometeu retornar à Venezuela depois de uma turnê por países da América Latina, começando pela Argentina. A posse de Maduro ocorrerá no dia 10 de janeiro.
A oposição tem contestado a legitimidade da eleição, acusando fraude devido à falta de divulgação dos dados por mesa de votação.
O governo, por outro lado, afirma que a eleição foi válida e acusa os Estados Unidos de apoiar um golpe de Estado.
O Corpo de Investigações Penais da Venezuela (CICPC) publicou cartazes com a foto de González, acusando-o de diversos crimes, incluindo conspiração e instigação à desobediência, e oferecendo a recompensa por informações que levem à sua prisão.
Edmundo González, que foi acusado de incitar um golpe de Estado ao não reconhecer os resultados oficiais das eleições, obteve permissão para se exilar na Espanha após um acordo com o governo.
Agora, ele afirma que voltará à Venezuela para apoiar a oposição, que organiza manifestações para o dia 10 de janeiro, data da posse de Maduro.
Durante sua viagem pela América Latina, González será recebido por líderes como o presidente argentino Javier Milei e o presidente uruguaio Luís Lacalle Pou.
Enquanto isso, apoiadores de Maduro, conhecidos como chavistas, convocam manifestações para defender a posse de Maduro.
O presidente venezuelano declarou que sairá às ruas no dia 10 de janeiro para defender a soberania do país e garantir que a presidência não cairá nas mãos da oposição ou do imperialismo.
O governo brasileiro, que não reconhece a vitória de Maduro sem a apresentação das atas eleitorais, poderá enviar a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, caso seja convidado para a cerimônia, em um contexto de tensões diplomáticas entre Brasil e Venezuela.
A contestação das eleições venezuelanas por parte da oposição e de diversos países, como Estados Unidos e a União Europeia, está centrada na falta de auditorias e na ausência de dados transparentes sobre os resultados das mesas eleitorais.
As manifestações contra o resultado levaram à morte de dezenas de pessoas e à prisão de mais de 2 mil manifestantes, embora mais de mil detidos tenham sido liberados recentemente.
O governo de Maduro insiste que as eleições foram válidas, pois foram ratificadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), e exige que a oposição e os governos estrangeiros respeitem a soberania da Venezuela.