Sócio de laboratório envolvido em infecções por HIV é preso
Seis pessoas testaram positivo para o vírus HIV após terem recebido órgãos transplantados na rede estadual do Rio de Janeiro. Os testes do programa de transplantes estavam sob a responsabilidade de um laboratório privado, contratado de forma emergencial em dezembro de 2023, após o HemoRio (Instituto Estadual de Hematologia) enfrentar sobrecarga.
“Determinei imediatamente a instauração do inquérito, atendendo a determinação do governador para que os fatos fossem investigados com maior rigor e rapidez. Conseguimos elementos para representar pelas cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com a maior celeridade”, disse o secretário de Estado da Polícia Civil, Felipe Curi.
O laboratório PCS Lab Saleme afirmou, em nota neste domingo (13), que os resultados preliminares de uma investigação interna indicam que um erro humano levou à infecção com o vírus HIV de seis pessoas que receberam transplantes de órgãos no Estado do Rio de Janeiro.
“Os resultados preliminares da sindicância interna apontam indícios de erro humano na transcrição dos resultados de dois testes de HIV, o que resultou na infecção de seis pessoas. A empresa, embora ainda não tenha sido notificada formalmente sobre o andamento das investigações -nem na esfera criminal, nem na administrativa- está à disposição das autoridades”, declarou
Durante o período em que o laboratório prestou serviços para o sistema de saúde estadual do Rio de Janeiro, ele realizou 286 testes para o sistema de transplantes. Após a divulgação da contaminação dos receptores, a secretaria de Saúde do estado afirmou que faria o teste das amostras de sangue mais uma vez.
A Folha confirmou que um dos laudos que atestou negativo para HIV no caso dos pacientes que foram infectados pelo vírus após transplantes no Rio de Janeiro foi assinado por Jacqueline Iris Bacellar de Assis, que é técnica em patologia clínica. Abaixo do nome, no entanto, havia o registro profissional de uma biomédica que mora em Recife e está com seu registro suspenso.
A biomédica afirmou que nunca trabalhou no Rio de Janeiro e que irá fazer um boletim de ocorrência sobre o uso do seu registro. Jaqueline é vinculada ao Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro e tem especialização em patologia clínica. Seu advogado, José Félix, afirma que ela encaminhava os resultados dos exames para um médico do laboratório, mas não os assinava.