Padre é preso acusado de crimes sexuais no Amazonas
A Polícia Civil do Amazonas está conduzindo uma investigação sobre um padre do município de Coari, a 363 km de Manaus, suspeito de cometer crimes sexuais. No último domingo (18), Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, foi preso em sua residência por ordem judicial. O padre é investigado por filmar e produzir cenas de sexo explícito com adolescentes, além de explorar sexualmente jovens, forçar um aborto e ameaçar suas vítimas. A informação é do portal “UOL”.
Durante a apreensão, foram encontrados no notebook do padre mais de 260 vídeos com conteúdo sexual, que estão sendo analisados pelas autoridades. Além disso, ele é acusado de obrigar uma adolescente a abortar e enterrar o feto no quintal da casa de um amigo.
O delegado-adjunto da Polícia Civil do Amazonas, Guilherme Torres, informou que a operação foi iniciada após um mandado de busca e apreensão e de prisão. “Até agora, nós temos quatro vítimas ouvidas. São crimes graves”, disse Torres, ressaltando a colaboração da igreja católica no Amazonas com as investigações.
De acordo com o delegado José Barradas, as investigações começaram após uma denúncia anônima pelo disque 100 em setembro de 2023, que relatava exploração e ameaças por parte do padre. “Ela citou vários tipos de crimes: gravação de vídeos envolvendo menores, aborto, ameaça, violência doméstica. Em depoimento, essa menor narrou que desde os 14 anos tinha relação sexual com o padre”, explicou Barradas.
A denúncia revelou que a adolescente engravidou do padre no ano passado e foi forçada a abortar com a ajuda de um amigo do padre, Francisco Rayner, que agora está sendo procurado pela polícia. O feto foi enterrado no quintal da casa de Rayner, o que foi confirmado por depoimentos e provas.
Além dos vídeos, o padre possuía R$ 30 mil em casa, que também foi apreendido. No momento da prisão, ele estava com uma jovem que havia recentemente completado 18 anos. Segundo o delegado, o padre ameaçava suas vítimas, dizendo: “você é minha; você me pertence; se você não ficar comigo, não ficará mais com ninguém.”
A Diocese de Coari, por meio de uma nota assinada pelo padre Josinaldo Placido da Silva, manifestou “repúdio a toda forma de abuso e exploração.”
A nota afirma: “A Diocese de Coari manifesta sua solidariedade às vítimas e a suas famílias, colocando-se prontamente disponível para acompanhar a ajudar na superação dos traumas provocados pelos abusos cometidos pelo Padre Paulo Araújo da Silva.”
A Diocese também destacou que já tomou “todas as providências canônicas necessárias,” afastando o padre de suas funções e se disponibilizando para colaborar com as autoridades civis para esclarecer os fatos.
“Ao povo de Deus na Diocese de Coari, convidamos a voltar-se para o Senhor, implorando seu perdão diante do grave crime que atenta contra a dignidade humana e escandaliza a fé dos pequenos”, conclui a nota.