Pai de delegado foi queimado vivo por investigador demitido
Um ex-investigador da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) é o principal suspeito de matar o delegado aposentado e advogado criminalista Hudson Maldonado Gama, de 86 anos. Ele foi queimado vivo dentro de casa, em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais. O crime ocorreu na quarta-feira (22/5). A vítima era pai do delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Hudson Maldonado Filho.
A principal linha de investigação aponta para uma motivação de vingança. Informações preliminares indicam que o suspeito seria um ex-agente de polícia, expulso da corporação em 2006, devido a uma ação defendida por Maldonado Gama, que atuava como advogado na época. No processo, o suspeito foi acusado de extorsão.
Cerca de 18 anos depois, o ex-investigador se disfarçou de entregador, invadiu a casa do delegado aposentado, esfaqueou-o, enrolou-o em um colchão e ateou fogo. Maldonado, debilitado por um acidente vascular cerebral (AVC) ocorrido seis meses antes, não conseguiu sair da casa e morreu carbonizado.
Uma testemunha relatou à polícia que, no dia do crime, chegou ao trabalho na casa de Hudson e ouviu alguém interfonar. Um homem se apresentou como entregador de farmácia e, quando a pessoa que trabalhava no imóvel se aproximou do portão, foi ameaçada e rendida com uma faca.
O criminoso teria dito que o problema não era com ela, mas com o ex-delegado, com quem “tinha uma dívida há 18 anos”. O assassino entrou no imóvel e usou gasolina para atear fogo no quarto onde a vítima estava. Depois do crime, fugiu em uma moto.
A PCMG informou, por meio de nota, que abriu inquérito para apurar as circunstâncias que envolvem a morte do delegado aposentado.
“No local, a perícia e uma equipe de policiais compareceram para identificar e coletar vestígios. O corpo foi encaminhado ao Posto Médico-Legal do município, onde passou por exame de necropsia e, em seguida, foi liberado aos familiares”, detalhou a nota.
A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que identificou o possível suspeito do crime, o ex-policial civil. “A suposta motivação seria a exclusão dele do quadro da instituição, por meio de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), em face da prática de transgressão disciplinar grave, e a vítima participou do procedimento de apuração interna na época”, completou a corporação.