Prefeitura de Manaus

Prefeitura promove caminhada para sensibilizar sobre prevenção e controle da hanseníase

Como parte da programação do Janeiro Roxo, campanha de prevenção e controle da hanseníase, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Avelino Pereira, da Prefeitura de Manaus, promoveu, na manhã desta sexta-feira, 12/1, uma caminhada de sensibilização no bairro Jorge Teixeira, zona Leste de Manaus. A programação reuniu profissionais de saúde, moradores e representantes de grupos de idosos, que saíram em caminhada da igreja Santa Clara e percorreram as ruas do bairro com distribuição de material educativo, encerrando com palestras na UBS Avelino Pereira.

De acordo com enfermeira Reuda da Silva Sarmento, representante da UBS Avelino Pereira, a caminhada já é um evento tradicional na programação anual da Unidade de Saúde e que tem como objetivo mobilizar a comunidade para a detecção precoce dos casos de hanseníase, que é um dos objetivos do Janeiro Roxo.

“A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) promove em janeiro a intensificação das ações de prevenção e controle da hanseníase em todas as Unidades de Saúde. A caminhada foi realizada hoje pelo quinto ano e envolveu a participação de comunitários que são muito ativos nas campanhas de saúde e ajudam a disseminar as informações para a prevenção das doenças”, afirmou Reuda.

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen. A transmissão da doença ocorre de uma pessoa infectada pelo bacilo (sem tratamento) para uma pessoa sadia, por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro. As chances de transmissão são maiores, quando o contato com a pessoa doente é próximo e prolongado, em ambientes fechados, com pouca luz e pouca ventilação.

Durante o evento, a técnica do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, enfermeira Eunice Jácome, explicou que a Semsa tem promovido, além de atividades educativas com palestras e rodas de conversa, a intensificação da oferta de exame dermatológico para a detecção precoce da hanseníase.

“O principal desafio no controle da doença é fazer o diagnóstico precoce e conscientizar a população que a hanseníase ainda existe e que tem cura. Alguns pacientes não acreditam que estão com a doença, porque os sintomas na fase mais precoce são muito sutis. É uma espécie de negação e em alguns casos a gente não consegue convencer esse paciente, que se recusa a fazer o tratamento. Quando ele retornar para o serviço de saúde, provavelmente a doença estará mais avançada, já que pode continuar a evoluir por alguns anos”, alertou Eunice.

Apesar da alta capacidade de transmissão do bacilo, poucas pessoas (as mais suscetíveis) adoecem e a maior parte da população possui defesa natural contra o bacilo. O período de incubação é longo, podendo levar de dois a sete anos para que a doença se manifeste. Por isso, é importante que todas as pessoas que convivem ou conviveram nos últimos anos com uma pessoa diagnosticada com hanseníase sejam examinadas.

Em 2023, o município de Manaus registrou 105 casos novos de hanseníase. Desse total, uma proporção de 18% apresentou grau 2 de incapacidade física, ou seja, já apresentavam sequelas no momento do diagnóstico, sendo que Ministério da Saúde preconiza um percentual menor de 10%.

“A campanha Janeiro Roxo é uma forma de conscientizar as pessoas que a hanseníase tem tratamento e cura, mas que é importante um diagnóstico precoce para evitar as sequelas da doença. Manaus não tem registrado aumento de casos, mas, com a alta na proporção de casos com grau 2 de incapacidade física, sabemos que existem casos de pessoas não diagnosticadas e que precisam ser encontradas para que possam iniciar o tratamento”, destacou a enfermeira.

Para a aposentada Naíde Batista, de 59 anos, que integra o grupo de idosos “Unidos em Cristo” e participou pelo quinto ano da caminhada, o trabalho de conscientização da população é essencial.

“Já houve casos de hanseníase na minha família, inclusive tios que tiveram a doença, a gente morava no interior e o atendimento em saúde era mais difícil. Então, sei que é importante falar da doença porque as pessoas têm vergonha e medo de expor. Mas a hanseníase é uma doença como qualquer outra, todos estão sujeitos a qualquer doença e ninguém pede para ficar doente. O que temos que fazer é buscar a prevenção e o atendimento quando temos sintomas de doenças, por isso temos nossos médicos e enfermeiras na UBS”, afirmou Naíde Batista.

Os sintomas da hanseníase incluem: manchas na pele esbranquiçadas, amarronzadas ou avermelhadas, em qualquer parte do corpo, com perda de sensibilidade ao calor, ao frio, a dor e ao tato, que são mais frequentes nos braços, pernas e costas, mas podem aparecer no corpo inteiro; Sensação de fisgada, choque, dormência, câimbras e formigamento em algumas áreas dos braços, mãos, pernas ou pés; Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações; Diminuição do suor e dos pelos, principalmente nas sobrancelhas; Redução da força muscular, sobretudo nas mãos (dificuldade para segurar objetos) ou nos pés.

Janeiro Branco

A caminhada organizada pela UBS Avelino Pereira também abordou a campanha Janeiro Branco, que está sendo executada nas Unidades de Saúde da Prefeitura de Manaus para chamar a atenção da população sobre o cuidado em Saúde Mental.

Participando da caminhada, a diretora do Distrito de Saúde (Disa) Leste, Rosângela Castro, explicou que as Unidades de Saúde da zona Leste estão promovendo atividades educativas do Janeiro Branco com os usuários dos serviços de saúde, mas também com os servidores.

A gerente apontou que as Unidades de Saúde têm trabalhado na orientação do autocuidado em saúde mental, sobre os riscos do isolamento social e incentivando a população a procurar ajuda dos profissionais de saúde.

“A gente aborda a questão do isolamento, que é um dos primeiros sinais de que a pessoa pode estar enfrentando algum problema. Muitas pessoas não gostam de expor as dificuldades, então procuramos incentivar a buscar atendimento e a participar das ações promovidas nas UBSs, que são momentos de socialização e também de acolhimento. Temos ainda casos em que pessoas procuram uma UBS e informam, por exemplo, que o vizinho está passando por alguma dificuldade. Nesses casos, a equipe da Estratégia Saúde da Família entra em ação e faz a busca ativa desse paciente”, afirmou Rosângela.

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Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa

Fotos – Artur Barbosa / Semsa

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