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Vítima de estupro de Prior teve vagina dilacerada, mostra laudo

SÃO PAULO (SP) – Uma entrevista exclusiva do Fantástico, da Globo, trouxe o relato emocionante da vítima de estupro de Felipe Prior. O ex-BBB foi condenado a 6 anos de prisão pelo crime de estupro praticado em 2014. O laudo médico registrado no dia do crime, que mostrava que a vítima sofreu laceração na vagina durante ato, foi determinante para que o ex-BBB fosse enquadrado pelo Código Penal.

“Começou a tirar minha roupa e, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei ‘Felipe, eu não quero, não quero’, e ele continuou insistindo, continuou tirando a minha roupa e começou a penetração. Cada vez que eu falava que eu não queria, ele se tornava mais agressivo. Eu comecei a tentar resistir fisicamente, e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Proferiu umas frases muito… Passaram 9 anos e, tipo… Ele começou a falar para eu parar de me fazer de difícil, que é claro que eu queria, que agora não era hora de falar que não e começou a forçar a penetração.”

“Quantas vezes eu preciso falar não para a pessoa entender que ela está me machucando, que ela está me violentando?”, questionou.

“E aconteceu a laceração, que foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue. E eu comecei a gritar de dor, e aí ele parou imediatamente, falou: ‘O quê que é isso?  E eu, tipo, não sabia o que estava acontecendo, estava muito assustada. Só fui pegando minhas roupas e tentando estancar o sangue. Aí ele perguntou se eu queria ir para o hospital. Falei que não, que eu só queria ir para minha casa.”

“Ele é muito mais forte que eu. Não tinha como sair dessa situação… De madrugada, bêbada, com pressão baixa, e ele controlando o meu corpo, os meus movimentos, fazendo o que ele queria fazer, sabe? Você só quer que aquela situação acabe”, contou Themis.

“[Ver o sangue]  foi o susto que ele teve que levar para parar a situação. Fez uma poça de sangue no carro dele, nele. Sinceramente, acho que ele ficou mais preocupado com o carro dele do que comigo. Depois, ele foi para o porta-malas, ficou pegando pano e tentando limpar o carro. Eu tampei minha ferida com as minhas roupas. Eu senti uma dor que eu nunca senti antes.”

A vítima disse que não viu perigo em ir para casa no carro do arquiteto, já que estudavam na mesma universidade, e por 6 meses, pegou carona com ele, em um sistema de carona pagas, criado pelos amigos que moravam na zona Norte da capital paulista.

A mãe dela foi quem a levou ao hospital, a médica que a atendeu ainda a encorajou a denunciar, mas ela confessou que estava envergonhada demais.

Somente em 2017 com o Movimento Me Too, e em conversa com amigas e vítimas, que ela entendeu que não tinha culpa do que aconteceu e que deveria denunciar.

“Parece um absurdo hoje, quando eu olho para trás, pensar que eu achava que eu tinha sido a única pessoa que tivesse passado por isso. Quando vi todos os relatos, as denúncias, aquilo me chocou de tal forma que eu falei: ‘Esse cara tem que ser denunciado. Esse cara tem que pagar pelos crimes que ele cometeu”, destacou.

Os advogados de Prior disseram que irão recorrer da decisão: “a defesa de Felipe Antoniazzi Prior reitera a inocência de Felipe e que a sentença prolatada pela 7ª Vara Criminal de São Paulo será objeto de recurso de apelação ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo “.

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