Caso Isabela: sequestradora diz que queria “salvar menina da pobreza”
A acusada disse que agiu após a mãe de Isabela ter dito que o pai da criança estaria vindo da Bahia para ficar com a criança e que ele não seria uma boa pessoa.
Interrogada pela polícia nesta quinta-feira (6/7), a mulher que confessou ter sequestrado Isabela, de 2 anos, afirmou que ela e o marido pegaram a criança para “salvá-la da situação de pobreza” e do pai da menina, e que pretendiam entregá-la ao Conselho Tutelar.
Lucilene, 48 anos, foi indiciada por sequestro, após ser interrogada no 11º Distrito Policial de São Paulo. O marido dela, Robson, 37, também depôs e será indiciado. Os dois são casados há quatro anos.
O delegado titular do 11º DP, Marcel Druziani, disse que vai pedir uma medida protetiva para impedir que os suspeitos se aproximem de Isabela. Por enquanto, diz ele, o casal só será preso se houver descumprimento da medida.
Segundo o delegado, a mulher disse que Evanisa, mãe de Isabela, teria dito a ela que o pai da criança estaria vindo da Bahia para ficar com a criança e que ele não seria uma boa pessoa.
“A sequestradora disse que ficou extremamente preocupada com a situação da menina e conversou com o marido por telefone. […] Ela, então, combinou com ele de levar a criança para a casa deles e, em seguida, para o Conselho Tutelar”, disse o delegado.
Isabela foi sequestrada na noite do dia 30/6, sexta-feira. Como o Conselho Tutelar não estava aberto no fim de semana, o casal teria ficado com a menina. Mas, após a repercussão do caso, decidiram deixá-la em um comércio, na segunda (3), quando ela foi encontrada.
Segundo o delegado Marcel Deuziani, a suspeita afirmou que ela e o marido agiram sozinhos.
“Independentemente da versão que eles estão apresentando, é sequestro. Pode ser por um motivo moral, mas ela não podia ter feito isso, tomar a lei das próprias mãos”, disse o delegado.
Câmeras de segurança registraram o momento do sequestro. Nas imagens é possível ver Evanisa deixando os dois filhos com a suspeita para pedir cigarro em um bar. Enquanto isso, um homem passa pela calçada e pega a menina.
Nomes falsos
A suspeita disse à polícia que o nome falso “Sandra”, que ela usava para se comunicar com a mãe de Isabela, teria sido criado pela própria Evanisa, que teria dificuldade em pronunciar seu nome verdadeiro.
O nome usado por Lucinele nas redes sociais, Victória, também não era verdadeiro. Apesar de não ter antecedentes criminais, a mulher teria um histórico de estelionato.
Vontade de ser mãe
Marcel Druziani disse que a mulher relatou aos policiais que tinha vontade de ser mãe: “Ela tem essa questão de querer ser mãe. Disse-me agora há pouco que teve uma gravidez psicológica”.
Sandra ou Victória chegou a fazer uma vaquinha nas redes sociais para arrecadar dinheiro porque dizia que teria trigêmeos e precisava de ajuda para cuidar das crianças. Questionada por amigas sobre as crianças, ela sempre dizia que elas nasceram prematuras e estavam internadas em um hospital.
FONTE: AM POST