Imagens mostram policial penal atirando em torcedores do Fluminense na saída do Maracanã
Um vídeo obtido com exclusividade pelo RJ2 mostra o policial penal Marcelo de Lima atirando nos cinegrafistas Thiago Leonel Fernandes da Motta e Bruno Tonini (as imagens, no vídeo abaixo, são fortes).
Os três estavam perto do Maracanã, onde Bruno e Thiago tinham ido torcer pelo Fluminense contra o Flamengo, pelo Campeonato Carioca, em 1º de abril.
Nas imagens de câmeras de segurança, é possível ver uma confusão na calçada, na porta de um bar, que estava lotado. Devido à aglomeração, mal dá para ver quando Thiago é baleado por Lima e fica imóvel no chão – ele morreu no local.
O vídeo mostra ainda quando Bruno tenta fugir, mas é perseguido pelo policial. Dá para ver o momento em que Lima atira, o cinegrafista cai e rola no chão, onde é baleado novamente. Desde então, Bruno está internado em estado grave.
Homicídio triplamente qualificado
Marcelo de Lima está preso em Niterói — Foto: Reprodução/TV Globo
Marcelo de Lima foi denunciado, na terça-feira (11), por homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio triplamente qualificado.
A 1ª Promotoria de Justiça junto ao 4º Tribunal do Júri da Capital citou que os crimes foram cometidos por motivo torpe, com emprego de meio que resultou em perigo comum — ou seja, colocando em perigo outras pessoas — e sem possibilidade de defesa das vítimas.
A pena prevista é de 12 a 30 anos de prisão.
A Delegacia de Homicídios da Capital tentou ouvir Marcelo em um presídio em Niterói, mas o autor se calou. Torcedores citaram um quarto homem envolvido na discussão.
Suposta discussão política
Na denúncia, o promotor Fábio Vieira afirma que o crime aconteceu “em razão do inconformismo do denunciado com posições políticas expressadas pelas vítimas”.
Segundo a investigação, Marcelo teria dito, no meio de outros torcedores, que “todo petista é igual flamenguista, tudo burro e ladrão”, provocando a revolta das vítimas.
“Após uma discussão, o denunciado, com vontade livre e consciente de matar, efetuou disparos de arma de fogo contra as vítimas, causando a morte de Thiago e só não matando a outra pessoa por circunstâncias alheias à sua vontade, uma vez que Bruno recebeu pronto e eficaz atendimento médico”, diz a denúncia.
O cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta — Foto: Reprodução/TV Globo
O que diz o policial penal
Renato Darlan, advogado que assumiu a defesa do policial penal, enviou a seguinte nota: “Que no primeiro momento as duas vítimas estavam incitando a violência e tentaram agredir um casal que são amigos do meu assistido, momento que um grupo de uma organizada e foram em direção aos dois. Pensando que eles iriam esquecer o casal, após a confusão os dois voltaram, mas dessa vez chamando o homem do casal para briga. Nesse momento que ele interveio e vieram os dois para cima dele. Meu cliente tem 1,5 m os dois tem histórico de violência, estavam ali para brigar. O que faleceu tem 5 passagens pela polícia sendo ao menos uma por briga de torcida. O laudo mostra um corte na mão esquerda do meu cliente o que é uma demonstração clara de defesa. Acuado e com medo de morrer sacou a arma e efetuou alguns disparos. Os primeiros para dispersar, mas os dois não se intimidaram e foram para cima momento que não viu outra forma de salvaguardar sua vida”.
Fonte G1 Noticias