Polícia

Morador em situação de rua tem nome usado para lavar dinheiro do tráfico

Um morador em situação de rua e dependente químico foi usado como laranja em um esquema milionário para lavar dinheiro proveniente da venda de centenas de quilos de cocaína, traficados em vários estados do país. A sofisticada rede criminosa, que contava com empresas fantasmas e movimentações financeiras percorrendo contas abertas em nome de terceiros, foi alvo de operação desencadeada, na segunda-feira, 25, pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), da Polícia Civil do DF (PCDF).

A segunda fase da Operação Sistema descobriu duas empresas fantasmas, supostamente abertas em Planaltina, que existem apenas no papel. Nos dois locais, funcionam escritórios de advocacia sem qualquer ligação com os criminosos. As empresas integravam uma espécie de “pool”, que lavava dinheiro do tráfico de todo o Brasil, inclusive de favelas cariocas.

Os bandidos baseados no DF utilizaram uma estrutura desenvolvida por um bando de Minas Gerais, que havia se especializado na lavagem de dinheiro para facções criminosas de todo o país. O esquema foi desarticulado no ano passado, durante a Operação Washing, deflagrada pela Polícia Civil mineira. Ainda segundo as investigações, o grupo lavou cerca de R$ 750 milhões, provenientes da atividade clandestina.

Dono de mineradora

No papel, o morador em situação de rua era um homem rico, de muitas posses. A PCDF localizou a empresa KZ Multinegócios Comércios de Alimentos, com objeto social definido como “extração de minério e petróleo”. A companhia tem o morador como sócio.

A empresa, em nome da vítima, recebeu R$ 3 milhões de outras empresas fantasmas: Beta Comércio Importação e Exportação; Gama Comércio Importação e Exportação e Diniz Comércio Atacadista. A firma de fachada ainda recebeu R$ 70 mil de um traficante de Formosa (GO), preso por organização criminosa e envolvimento com o Comando Vermelho.

Ainda caíram na conta da empresa mais R$ 395, depositados por um morador de Ponta Porã (MS) investigado por manter relação com o núcleo financeiro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Com informações do Metrópoles

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