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‘Constrangido por ter feito tanto por essas crianças’, diz Hytalo em depoimento à Justiça

O influenciador digital Hytalo Santos, preso desde agosto sob acusação de exploração sexual de menores, afirmou à Justiça sentir-se “constrangido”. Ele declarou ter “feito tanto” pelas crianças e adolescentes apontados como vítimas no processo criminal.

Questionado pelo juiz, Hytalo Santos negou que suas condutas infringissem o artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Este artigo tipifica crimes como produzir ou divulgar pornografia envolvendo menores.

Defesa e Versão do Influencer

A defesa de Hytalo e Euro nega que o conteúdo seja pornográfico. Afirma que, embora as coreografias sejam sensuais, a sensualidade não configura crime.

“Eles podem ser vistos como atos sensuais, mas a lei não criminaliza o ato sensual. Ela criminaliza o ato pornográfico. E a pornografia não está demonstrada”, disse o advogado Sean Kompier Abib ao Fantástico.

Ao juiz, Hytalo Santos atribuiu as danças à sua origem e ao aspecto cultural da região. Ele declarou que “nunca chegou a gravar vídeos com cenas pornográficas ou de cunho sexual”.

Segundo o influencer, eles gravavam a rotina com a cultura da periferia, de onde ele vem. O brega funk é o ritmo mais escutado entre Recife e João Pessoa, e presente em todo o Brasil.

Ele acrescentou que “as coreografias e os passos usados são vistos por alguns com esse olhar, mas para a periferia e para a arte, não”. Hytalo Santos negou que as letras das músicas fossem “apelativas” ou “obscenas”.

A promotoria aponta que o influenciador estimulava jovens a praticar relações sexuais. Hytalo Santos rebateu esta acusação, afirmando: “Nunca influenciei ninguém a ter relacionamento afetivo”.

Ele complementou que filmava relacionamentos com o acompanhamento das mães, “preferindo isso a que fizessem escondido”.

Andamento das Investigações

Na última sexta-feira (28), o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) rejeitou mais um pedido de soltura para o casal. A defesa insistia que o processo deveria ser analisado pela Justiça Federal.

O juiz, porém, decidiu manter a prisão preventiva, alegando que o argumento já havia sido apresentado em pedidos anteriores.

As investigações são conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O órgão descreve um esquema de exploração sexual de vulneráveis.

Segundo o Gaeco, adolescentes eram atraídos com promessas de projeção nas redes sociais, vantagens financeiras e outros benefícios.

O Ministério Público identificou controle rígido sobre a rotina dos jovens. Também foram notados procedimentos estéticos e tatuagens com conotação sexual.

No processo, foi incluído um pedido de reparação por danos coletivos no valor de R$ 10 milhões.

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