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Família processa padre por declarações sobre fé de Preta Gil

A família do cantor Gilberto Gil entrou com um processo por danos morais contra o padre Danilo César, do município de Areial, no Agreste da Paraíba. Eles acusam o sacerdote de “intolerância religiosa e racismo religioso”.

A polêmica começou dois dias após a morte de Preta Gil, em julho. Durante uma homilia transmitida ao vivo, o padre fez comentários considerados ofensivos sobre a fé da cantora e do pai. De acordo com a ação, o sacerdote qualificou as religiões afro-brasileiras como “forças ocultas”.

Ele também ironizou a crença da família, ao insinuar que os orixás, entidades de matriz africana, não teriam conseguido “ressuscitar” Preta.

O padre afirmou: “Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”

O vídeo com a declaração do padre havia sido publicado no canal de Youtube da Paróquia Areial. Entretanto, a filmagem não está mais disponível após o trecho viralizar nas redes sociais e gerar revolta nos fãs de Preta Gil.

Entidades religiosas repudiam falas

A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza emitiu uma nota de repúdio sobre as falas do padre.

“Deus é amor e respeito ao próximo, onde infelizmente esse senhor que se diz sacerdote prega o ódio e o preconceito e ainda amedronta em pleno culto em sua igreja”, diz o comunicado.

A Diocese de Campina Grande informou que o padre Danilo irá prestar esclarecimentos sobre as declarações em sua pregação.

“O sacerdote, por meio da assessoria jurídica, irá prestar todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes. A Diocese reitera seu compromisso com os direitos constitucionais da liberdade de crença e de culto, da igualdade e não discriminação religiosa, do direito à honra e à imagem dos mortos e do princípio da dignidade da pessoa humana.”

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