Polícia

MP pede nova prisão de Sidney Oliveira ao negar fiança de R$ 25 milhões

As investigações sobre um esquema milionário de corrupção envolvendo marcas famosas no Brasil está sendo investigado pela justiça de São Paulo, com empresários no centro dos casos.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apresentou na última quinta-feira (21) um novo pedido de prisão contra o empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma. Ele é investigado por envolvimento em um suposto esquema de corrupção na Secretaria da Fazenda paulista e descumpriu uma das medidas cautelares impostas pela Justiça: o pagamento de uma fiança de R$ 25 milhões.

Oliveira havia deixado a prisão na última sexta-feira (15), junto com Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da rede Fast Shop, após decisão judicial que autorizou a soltura mediante o cumprimento de uma série de restrições. Ambos foram presos no âmbito da Operação Ícaro, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC).

No despacho que autorizou a liberdade provisória, o juiz Paulo Fernando Deroma de Mello estipulou prazo de cinco dias para o pagamento da fiança, destacando que o valor considerava o “altíssimo poder econômico dos requeridos” e a gravidade do caso, que pode ter causado prejuízos milionários aos cofres públicos de São Paulo. Sem o pagamento, o MP pediu a decretação da prisão preventiva de Oliveira.

Já no caso de Mário Otávio Gomes, a defesa conseguiu habeas corpus junto à 11ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, suspendendo a obrigatoriedade do pagamento da fiança também fixada em R$ 25 milhões. Ele segue em liberdade, mas ainda sujeito às demais medidas cautelares.

Além da fiança, as restrições impostas incluem uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno a partir das 20h, proibição de contato com outros investigados e testemunhas, impedimento de frequentar prédios da Secretaria da Fazenda e comparecimento mensal em juízo. O descumprimento de qualquer dessas medidas pode resultar em uma nova prisão.

De acordo com as investigações, o esquema teria favorecido empresas do setor varejista por meio da concessão de benefícios fiscais irregulares. Além da Ultrafarma e da Fast Shop, o MP apura se redes como OXXO e Kalunga também teriam se beneficiado das práticas ilícitas.

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Rede Ultrafarma e outras investigadas

O empresário Sidney Oliveira, fundador da rede de farmácias Ultrafarma, vem sendo alvo de investigações do Ministério Público de São Paulo por suposto envolvimento em um esquema de corrupção ligado à Secretaria da Fazenda do estado. As apurações indicam que ele teria se beneficiado de práticas ilícitas para obter vantagens financeiras e fiscais, o que resultou na imposição de medidas cautelares pela Justiça, incluindo o pagamento de uma fiança milionária. Em episódios anteriores, o descumprimento dessas determinações já havia levantado questionamentos sobre sua conduta e comprometimento com o processo judicial.

O caso ganhou repercussão nacional pela dimensão das empresas envolvidas e pelo histórico de Sidney Oliveira como figura pública, especialmente por sua forte presença em campanhas publicitárias. A Ultrafarma, conhecida por uma estratégia agressiva de marketing e preços competitivos, construiu ao longo dos anos uma imagem de acessibilidade no setor farmacêutico, o que torna as acusações ainda mais sensíveis para a marca. Situações como essa costumam impactar diretamente a confiança do consumidor e podem refletir em retração nas vendas.

Paralelamente, o nome de Sidney Oliveira também está vinculado à Fast Shop, rede de varejo de eletrônicos e eletrodomésticos que tem a família do empresário entre os acionistas. Embora a empresa não esteja diretamente citada nas investigações, a associação da imagem do controlador com denúncias de corrupção pode gerar desdobramentos reputacionais e até mesmo afastar investidores e parceiros comerciais. Em setores competitivos, a credibilidade corporativa é um ativo central, e sua fragilidade pode afetar resultados.

Diante desse cenário, o desenrolar do processo contra Sidney Oliveira tende a repercutir não apenas em sua esfera pessoal, mas também no ambiente de negócios das companhias ligadas a ele. Se as acusações forem confirmadas, as empresas poderão enfrentar dificuldades de reputação, além de pressões jurídicas e financeiras indiretas. Por outro lado, uma eventual reversão das acusações ou acordo judicial poderá mitigar os danos, embora a marca pessoal do empresário continue marcada pelas investigações em curso.

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