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Incêndio em fábrica escancara falta de estrutura do Corpo de Bombeiros do AM: “cadê o investimento, Wilson Lima?”; veja vídeos

Manaus – Um incêndio de grandes proporções atingiu a fábrica da Effa Motors, localizada na Rua Azaleia, no Distrito Industrial da Zona Leste de Manaus, na manhã desta terça-feira (5). O fogo começou por volta das 11h da manhã e, mais de seis horas depois, segue sendo combatido por equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), sem previsão para controle total das chamas. Apesar de o fogo estar confinado, segundo informações do subcomandante da corporação, Coronel Borges, o combate está longe de terminar. A expectativa é de que a operação siga pela noite e madrugada inteira, exigindo um esforço descomunal dos profissionais da linha de frente. Mas o que tem causado indignação entre os moradores da capital amazonense vai além da gravidade do incêndio: é a precariedade da estrutura oferecida pelo Estado ao CBMAM. Num Estado que sofre há décadas com a negligência em infraestrutura pública, o Corpo de Bombeiros do Amazonas enfrenta uma dura realidade: efetivo insuficiente, equipamentos defasados e nenhuma aeronave para apoio em operações complexas como a de hoje. Manaus é uma metrópole com mais de 2 milhões de habitantes e ocupa a maior extensão urbana isolada do país, e ainda assim, o CBMAM opera como se estivesse atendendo a uma cidade de interior. “Tem que fazer um investimento pros bombeiros. A minha mangueira lá de casa é mais forte que a dos bombeiros. Era pra ter uns 10 carros de bombeiro aqui. Só tem um”, criticou um morador.

Um outro morador, também revoltado com a situação, criticou o fato de que, em pleno 2025, em uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes, uma corporação militar não disponha de sequer um helicóptero para suporte aéreo em casos extremos como esse. “Cadê o Corpo de Bombeiros com helicóptero? Não existe em Manaus. Uma capital que tem mais de 200 indústrias. Uma cidade arrodeada de água. Cadê o governador, que não aparece pra falar nada?”, disse o homem.

O episódio expõe de forma cruel as consequências da falta de compromisso do Estado com a segurança pública e a prevenção de desastres. Incêndios industriais não são raridades e, numa área como o Distrito Industrial, que concentra dezenas de fábricas e depósitos, o preparo para emergências deveria ser prioridade absoluta.

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