Trump assina ordem que impõe tarifa de 50% ao Brasil e acusa governo de perseguir Bolsonaro
A medida, que entra em vigor em 6 de agosto, foi tomada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA).
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30/7) uma ordem executiva que impõe tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil, em resposta a ações do governo brasileiro que, segundo a Casa Branca, ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos EUA.
A medida, que entra em vigor em 6 de agosto, foi tomada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) e declara uma nova emergência nacional americana em relação ao Brasil. O governo dos EUA afirma que as ações do Judiciário e do Executivo brasileiro, especialmente em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, representam violações dos direitos humanos e da liberdade de expressão.
“Estamos salvaguardando a liberdade de expressão americana da censura e protegendo empresas norte-americanas da extorsão”, afirmou Trump em nota.
Acusações contra Moraes e medidas adicionais
A ordem executiva menciona diretamente o ministro Alexandre de Moraes, acusado de abusar de sua autoridade ao censurar críticos políticos e pressionar empresas americanas de tecnologia. O texto denuncia supostas ameaças a executivos, multas milionárias e a exclusão de empresas digitais do mercado brasileiro por não obedecerem ordens judiciais consideradas arbitrárias.
Entre os casos citados, está o do jornalista bolsonarista Paulo Figueiredo, residente nos EUA, que estaria sendo processado por declarações feitas em solo americano — o que, segundo Washington, viola a Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
Produtos atingidos e exceções
Embora abrangente, o tarifaço deixou de fora quase 700 itens, entre eles:
Entretanto, produtos como café e carne foram incluídos na lista, o que pode gerar impacto direto no agronegócio brasileiro. O governo Trump alertou que as exceções não significam efeitos econômicos reduzidos e que o impacto será sentido em diversas cadeias produtivas.
Suspensão de vistos e escalada diplomática
Como parte da mesma política de retaliação, o governo dos EUA revogou os vistos de entrada de Alexandre de Moraes, seus aliados no STF e familiares, medida executada pelo secretário de Estado Marco Rubio, no dia 18 de julho. A Casa Branca reforçou que continuará negando vistos a estrangeiros envolvidos em atos de censura contra cidadãos americanos.
A iniciativa integra a diretriz “América em Primeiro Lugar”, estratégia de política externa de Trump para proteger interesses e valores norte-americanos.
“O presidente Trump reafirma que a liberdade de expressão e a integridade das eleições são pilares inegociáveis da democracia americana”, conclui o comunicado oficial.