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Mansão de empresário preso por lavar dinheiro para o CV é avaliada em mais de R$ 25 milhões; veja vídeo

Brasil – Uma mansão de 1,3 mil m², avaliada em mais de R$ 25 milhões, localizada no condomínio de luxo Novo Leblon, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, está no centro de uma investigação policial. O imóvel pertence a Jonnathan Ianovich, preso na última quarta-feira (14) em São Paulo, acusado de lavar dinheiro para o Comando Vermelho (CV). O RJ2 teve acesso exclusivo ao local, que revela o estilo de vida extravagante do suspeito. A mansão de três andares impressiona pelo luxo. Na área externa, há piscina, academia e um espaço para eventos. Internamente, a decoração sofisticada inclui um elevador para facilitar o acesso entre os andares e uma boate equipada com som e iluminação de última geração — um detalhe curioso é que o sinal de celular é bloqueado nesse cômodo, o que levantou suspeitas da polícia.

Durante a operação na terça-feira (13), os investigadores encontraram um arsenal no imóvel: fuzis, pistolas e US$ 18 mil em espécie, escondidos em um armário de cofres camuflado por um espelho na sala de estar. A compra da mansão, segundo a polícia, pode ter sido feita com dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Esquema de lavagem de dinheiro Jonnathan Ianovich é acusado de usar métodos sofisticados para lavar dinheiro. A polícia descobriu que ele comprava imóveis de luxo em nomes de terceiros, muitas vezes laranjas, incluindo funcionários, e os registrava em nome dos filhos. Notas mofadas e empoeiradas, rejeitadas por máquinas contadoras, sugerem que o dinheiro pode ter sido enterrado, uma prática comum entre criminosos para ocultar lucros ilícitos. Além disso, Ianovich declarava ser dono de empresas em ramos distintos, como informática e construção civil, registradas no mesmo endereço, o que reforça as suspeitas de atividades ilícitas. A investigação também revelou transações suspeitas com Geneviève Boghici, viúva do renomado marchand Jean Boghici. Entre abril e maio de 2021, ela fez depósitos que somam R$ 18 milhões para Ianovich, que alegou ser uma comissão pela venda de um quadro de R$ 180 milhões a um cliente na Argentina. Contudo, ele não apresentou documentação ao Coaf, o que levantou novas suspeitas. Geneviève Boghici, em nota, defendeu Ianovich, a quem considera “como um neto”, e afirmou que os recursos e obras de arte confiados a ele tinham origem lícita. Ela também mencionou que as acusações fazem parte de uma “injusta perseguição” contra sua família, que já enfrentou escândalos, como o golpe de R$ 725 milhões aplicado por sua filha, Sabine Boghici, envolvendo quadros de Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. Descobertas adicionais Na quinta-feira (15), a polícia encontrou um caminhão próximo à mansão, pertencente a Ianovich, contendo várias obras de arte. Os quadros foram levados para a Cidade da Polícia e serão avaliados por especialistas. Além disso, dois caminhões chegaram ao local com 200 armas, 40 mil munições e três carros de luxo, incluindo um Cadillac de mais de R$ 2 milhões, apreendidos em São Paulo. O material estava ligado a Eduardo Bazzana, dono de um clube de tiros em Americana (SP), acusado de vender armas ao CV e de fazer transações com Ianovich. A operação, que continua em andamento, expõe a complexa rede de lavagem de dinheiro e tráfico de armas que sustenta o crime organizado no Rio de Janeiro, com ramificações que vão de mansões de luxo a negócios de fachada no interior do país.

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