‘Conversava com demônios’, diz Grávida de Taubaté após 13 anos em silêncio
Grávida de Taubaté fala pela primeira vez desde a polêmica e detalha que participava de seita satânica quando inventou a gravidez de quadrigêmeas
Maria Verônica Aparecida César Santos, conhecida como a “Grávida de Taubaté”, falou pela primeira vez em 13 anos sobre o caso que ganhou repercussão nacional em 2012, neste domingo (23). Em entrevista, ela relembrou o episódio e como sua vida mudou depois da polêmica.
Na conversa entre a Grávida de Taubaté e o apresentador Celso Portiolli, Maria Verônica refletiu sobre a repercussão do caso e se as pessoas ainda acreditam nela. “Eu não espero que elas acreditem em mim, mas que ouçam o que eu vim falar”, afirmou.
Sobre o episódio que a tornou famosa, ela desabafou: “Eu nunca disse a ninguém que era uma coitadinha. Vivi 13 anos no meu silêncio porque sabia que não estava pronta para falar”.
A Grávida de Taubaté revelou que ela e o marido participavam de uma seita que “cultuava o demônio” na época da falsa gravidez. A mulher teria aceitado entrar para o grupo por se sentir acolhida após sofrer uma rejeição da própria família.
“Eu não tinha medo de conversar com eles, conversava direto com eles, com os demônios mesmo”, lembra. O casal entrou para a seita em 2005 e a história da gravidez de quadrigêmeas começou em 2011.
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O marido, Kléber Eduardo Melo Vieira, fez uma vasectomia logo após o nascimento do primeiro filho do casal. Mesmo assim, Maria Verônia tinha o sonho de engravidar novamente e fez um pedido durante um ritual.
“Nesse ritual, fizeram o que precisava ser feito e sempre tive no coração que dali em diante nasceu a Grávida de Taubaté. Na hora eu acreditei que aquilo ia acontecer, eu achava que eles seriam capazes de reverter essa vasectomia”, afirma.
“Eu também por anos me perguntei: por que eu acreditava? Hoje eu entendo que foi uma ação do demônio, do que eu permiti que ele fizesse na minha vida na hora daquele ritual”, completa.
Maria Verônica em seguida teria tido uma gravidez psicológica. Ela diz que o primeiro teste deu positivo e que a barriga começou a crescer após o ritual. Quando a imprensa começou a cobrir o caso, ela passou a colocar panos sob a roupa para sustentar a mentira.
Ao ser questionada o porquê de quadrigêmeas, a Grávida de Taubaté retrucou: “Não foi pensado para gerar uma comoção nacional. Quando eu fui para lá participar dos rituais, sempre fui orientada que eu levava comigo quatro demônios”.
Mesmo assim, ela assume que foi responsável pela polêmica. “A culpa não era deles, a culpa foi minha que deixei tudo isso acontecer”, considera. Ela ainda afirmou na entrevista que não poderia falar abertamente sobre a seita, senão teria que “arcar com as consequências”.
Relembre o caso da Grávida de Taubaté
Em janeiro de 2012, Maria Verônica, pedagoga e moradora de Taubaté, em São Paulo, chamou a atenção da mídia ao dizer que estava grávida de quadrigêmeas. A barriga grande e a história sensibilizaram muita gente, e ela chegou a participar de programas de TV e entrevistas em rádios e jornais.
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A desconfiança sobre a gravidez aumentou, e a apresentadora Chris Flores, do “Hoje em Dia”, da TV Record, pediu uma investigação. Pouco depois, a verdade veio à tona: a gravidez era falsa. O caso ficou marcado como um dos episódios mais lembrados da TV brasileira.