“Temos muito apoio e amparo”, atesta artesã indígena cadastrada no Programa do Artesanato do Governo do Estado
Em 2024, o artesanato amazonense arrecadou R$ 6,4 milhões com a comercialização de peças e produtos
Nas mãos da artesã Delia Veloso, 62, os produtos de fibra de piaçava ganham vida. São bolsas, carteiras e acessórios confeccionados diretamente de Santa Isabel do Rio Negro (distante 630 quilômetros de Manaus). Ela faz parte dos 780 artesãos cadastrados no Programa do Artesanato Amazonense (PAA), que recebem incentivos do Governo do Amazonas para comercializar peças e produtos. Em 2024, o artesanato local arrecadou R$ 6,4 milhões em vendas.
Os dados consolidados são da Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorismo (Setemp), órgão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti). Dados da secretaria mostram que o resultado do ano de 2024, representa para o Programa do Artesanato Amazonense um crescimento de 25,14% em relação ao ano anterior.
Por trás do notável aumento na arrecadação, estão as histórias dos artesãos. Dos 780 cadastrados, 447 são indígenas, como Delia Veloso. A história dela começa na comunidade Campina do Rio Preto, em Santa Isabel do Rio Negro. No local, cerca de 400 indígenas da etnia baré sobrevivem da extração de palhas de piaçava.
Para a maioria dos nativos, a extração resulta na produção de vassouras. No entanto, para as mulheres da comunidade, o artesanato é o carro-chefe de vendas. Muitas aprenderam com as mães e avós, como é o caso de Delia, que ressalta a importância da parceria com o Governo do Estado para divulgar sua cultura.
“Temos muito apoio e amparo. Nosso trabalho é mostrado em feiras, em entrevistas e até comerciais. Se eu estivesse lá na minha cidade, talvez não tivesse essa visibilidade que estou tendo aqui com a loja no Shopping do Artesanato. A piaçava é como se fosse meu fio de ouro, porque ela me dá o sustento”, disse a artesã, Delia Veloso.
Há mais de 30 anos trabalhando no segmento de biojoias da Amazônia, Rita Prossi comemora as conquistas e avanços do artesanato amazonense. Nascida da comunidade Paraná da Eva, no município de Itacoatiara, ela conviveu, desde muito cedo, com o senso de coletividade.
Para Rita, toda a equipe envolvida no processo de produção de artesanato reconhece a importância do trabalho que é feito. “Nossas peças passam por várias mãos. Nós temos esse propósito de fazer com que o mundo conheça a Amazônia através dos nossos produtos e gerar renda, valorizar as pessoas que nos ajudam. O lucro maior é também o lucro emocional disso tudo e todo mundo sai ganhando”, falou a artesã.
Incentivo
O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorsimo (Setemp), conta com o Programa Artesanato Amazonense (PAA), voltado para a promoção da confecção das peças em todo o estado, além do incentivo da pasta para ensinar noções de empreendedorismo para artesãos recém-cadastrados.
Outro benefício oferecido é a Carteira Nacional do Artesão, que permite a emissão de nota fiscal avulsa e a participação em eventos do artesanato promovidos pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). Em todo o Amazonas, somente a Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorismo (Setemp) realiza a emissão do documento.


