Encantado por Trump, Milei pode tirar Argentina do Mercosul
O presidente argentino critica o bloco e defende maior competitividade econômica.
Encantado com Donald Trump, o presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que pode retirar o país do Mercosul caso isso seja necessário para firmar um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos. Em entrevista à Bloomberg, durante sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Milei foi questionado sobre a possibilidade e respondeu afirmativamente: “Sim. Mas há mecanismos que podem ser usados até mesmo dentro do Mercosul sem necessariamente ter que sair.”
Milei revelou que tem trabalhado intensamente para alcançar o acordo comercial com os EUA, discutindo a viabilidade diretamente com Donald Trump e sua equipe durante sua visita a Washington para acompanhar a posse do presidente norte-americano.
Contudo, o Mercosul, que historicamente se opôs a negociações individuais entre países-membros e outras nações, é um obstáculo.
O presidente argentino não poupou críticas ao bloco sul-americano, classificando-o como uma “prisão” que impede os países membros de explorar plenamente seus potenciais exportadores.
Segundo ele, a tarifa externa comum encarece produtos e limita a competitividade das indústrias nacionais, afetando diretamente a qualidade de vida dos cidadãos.
Milei defende que a abertura comercial é a solução para impulsionar a prosperidade. “Disfarçado de nacionalismo, nos últimos 20 anos perdemos oportunidades. É o livre-comércio quem gera prosperidade”, declarou ao lado de seu ministro da Economia, Luis Caputo, em um encontro do Mercosul em dezembro.
O presidente argentino reforça seu alinhamento com ideias de mercado aberto e estreitamento de relações com os EUA, mesmo que isso signifique abalar as bases do Mercosul. O cenário coloca a integração sul-americana em xeque e intensifica os debates sobre os rumos da política econômica da região.