Mundo

González se declara presidente eleito da Venezuela e dá ordem às Forças Armadas para ignorarem determinações de Maduro

Na Venezuela, a crise política se intensifica à medida que a oposição desafia a ditadura de Nicolás Maduro.

O oposicionista Edmundo González, que se declara presidente eleito da Venezuela, divulgou, um pronunciamento no qual deu ordens às Forças Armadas do país. Ele afirma que os militares devem ir contra as ordens ilegítimas do ditador Nicolás Maduro, que foi reconduzido ao cargo nesta sexta-feira (10) mesmo sob denúncias de fraude nas eleições. Ele está há 12 anos no poder e pretende ficar pelo menos até 2030. A cerimônia foi marcada pela ausência de líderes democráticos e por manifestações contra ele.

“Como comandante em exercício, ordeno ao comando militar não cumprir ordens ilegais que sejam dadas por quem confiscou o poder e preparem condições de segurança para que eu possa assumir o cargo de presidente da República, como me confiou a soberania popular”, declarou González em um vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter).

Os resultados das eleições presidenciais de 2024 foram amplamente questionados pela oposição e pela comunidade internacional. Enquanto o Conselho Eleitoral Nacional proclamou a vitória de Maduro, a oposição alegou manipulação nos números e exigiu a apresentação das atas de votação para comprovação da contagem. Apesar das pressões, o governo não apresentou as provas solicitadas, aprofundando as suspeitas de fraude.

González acusa Maduro de “confiscar o poder” e afirma que a continuidade do atual governo é uma afronta à democracia venezuelana. Ele também destaca que apenas três países – Cuba, Congo e Nicarágua – reconheceram oficialmente o novo mandato de Maduro, enquanto a maioria da comunidade internacional critica o resultado do processo eleitoral.

No pronunciamento, González direcionou suas palavras não apenas ao alto comando militar, mas também aos soldados de patentes inferiores. “Soldados são parte do mesmo povo e lhe devem obediência através de mim”, afirmou, reforçando sua posição como líder legítimo do país e apelando para que as tropas se juntem ao movimento de oposição.

González também declarou que está trabalhando para criar as condições necessárias para retornar à Venezuela e assumir a presidência, como prevê a Constituição. No entanto, o desafio de reverter a situação política e mobilizar apoio militar em um país sob forte controle do regime chavista representa um grande obstáculo.

Manifestações e isolamento internacional

A cerimônia de posse de Maduro ocorreu sob forte esquema de segurança e foi marcada pela ausência de líderes democráticos de outros países, sinalizando um isolamento crescente. Manifestações contrárias ao governo foram registradas em diversas cidades, com os manifestantes denunciando a continuidade de um regime que já dura 12 anos e expressando descontentamento com a intenção de Maduro de permanecer no poder até 2030.

Publicidade