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Superlotação, falta de material e comida de péssima qualidade: o caos no Hospital 28 de Agosto

Imagine procurar atendimento médico em uma unidade hospitalar e, chegando no local, se deparar com diversas irregularidades. Essa é a realidade vivida pelos pacientes do Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, localizado no bairro Adrianópolis, na zona centro-sul de Manaus.

Denúncias encaminhadas ao Portal Manchete Brasil, nesta Terça-feira (26), mostram que os pacientes e acompanhantes estão consumindo comida de péssima qualidade, os leitos estão lotados e falta material básico como esparadrapo.

Segundo um denunciante, que preferiu não se identificar com medo de represálias, a situação do hospital foi classificada como “calamidade”, na qual muitos pacientes estão sofrendo com calor nos leitos.

“Está uma calamidade, para você ter noção, está faltando esparadrapo, alguns medicamentos não estão sendo liberados. Superlotação, tem paciente que está internado em um setor sofrendo com calor. Teve uma paciente que trouxe ventilador, mas a diretora do hospital não deixou nem ficar o ventilador lá. Estou aqui com a minha mãe desde quinta-feira (13) à tarde. Ela deu entrada no hospital para conseguir atendimento de urologia com problemas renais e, à noite, o urologista passou ela para o ortopedista porque no prontuário fala que provavelmente era uma cistalgia. Estamos solicitando uma transferência para o Delphina Aziz, mas somente ontem (25) solicitaram a transferência. Tem senhor de idade em leito sem ar-condicionado, quando na verdade, é no recuo do hospital”, disse.

Em tom de desabafo, o denunciante classificou a situação vivida no hospital como “humilhante” e ainda criticou a forma que alguns profissionais de saúde tratam funcionários e pacientes.

“É humilhante pacientes com dor, acumulados um em cima do outro praticamente, pacientes esperando transferências e simplesmente não dão nenhuma posição. A gestão fechando os olhos sendo que falta esparadrapo, medicamentos. A diretora que só fica na sala dela e não sai pra verificar a real situação do hospital, tem paciente esperando a transferência pra outro hospital a 3 dias e até agora nada, e os médicos só falam que estão fazendo tratamento pra dor que é a única coisa que podem fazer. E ainda tivemos que ouvir de um enfermeiro que “aplicamos a dipirona porque é mais barato e fácil de manipular, tramadol e morfina, por serem mais caros, aplicamos somente em último caso”, contou.

Sobre a empresa

A empresa AMS Comércio de Produtos Alimentícios Ltda é a responsável por fornecer as refeições no HPS 28 de Agosto.

Segundo o Portal da Transparência, de 2021 a 2023, a empresa já recebeu mais de R$ 54,1 milhões dos cofres públicos. Além da unidade hospitalar, a empresa também já prestou serviço para as maternidades Nazira Daou e Balbina Mestrinho.

Inscrita no CNPJ 05.663.849/0001-69, a empresa é localizada na rua João Câmara, conjunto Villa Rica, bairro Novo Aleixo, zona norte de Manaus. Com capital social de R$ 5,8 milhões, a AMS Comércio de Produtos Alimentícios é administrada por Alex Mesquita da Silva.

Em maio deste ano, conforme apurado pelo portal, o deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) denunciou as péssimas refeições do HPS 28 de Agosto durante sessão na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Na época, o parlamentar exibiu imagens que mostram uma marmita com o que parece ser uma pequena porção de frango desfiado, arroz e macarrão e contestou o custo que essas refeições têm para os cofres públicos.

Além disso, durante fiscalização no HPS 28 de Agosto, a situação da unidade hospitalar foi considerada “caótica”. A situação foi encaminhada para a Comissão de Saúde e Previdência da Aleam.

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