Diabetes e risco de cegueira: A importância do diagnóstico e tratamento da retinopatia diabética
O diabetes, uma doença silenciosa que afeta cerca de 20 milhões de pessoas no Brasil, pode levar a complicações graves, incluindo problemas na visão. Estima-se que 40% dos pacientes diabéticos sofram de retinopatia diabética, uma condição que pode resultar em cegueira se não for tratada adequadamente. Muitas vezes, a doença passa despercebida nos estágios iniciais, sem sintomas visíveis.
A oftalmologista Ângela Maestrini, do Hospital de Oftalmologia Oculare, alerta que, assim que o diabetes é diagnosticado, um exame oftalmológico deve ser realizado. “O exame não deve ser adiado
até o surgimento dos sintomas. Ele deve ser repetido anualmente, pois, se detectadas alterações, como hemorragias ou edema macular, elas precisam de tratamento precoce para evitar complicações graves, como descolamento da retina”, explica Maestrini.
A retinopatia diabética ocorre devido ao impacto do descontrole da glicemia nos pequenos vasos sanguíneos da retina, causando danos como microaneurismas, hemorragias e até o crescimento de novos vasos sanguíneos anormais. Quando essas lesões afetam a região central da retina, podem levar a um edema que, se não tratado, pode resultar em cegueira.
A médica também destaca que sintomas como visão embaçada, manchas flutuantes e perda progressiva da visão muitas vezes surgem quando a doença já está em um estágio avançado. “Esses sinais geralmente aparecem em pacientes que ainda não sabiam que eram diabéticos, já que a doença pode estar silenciosa nas fases iniciais”, diz ela.
O tratamento da retinopatia diabética envolve controle rigoroso da glicemia, além de controle de comorbidades, como hipertensão e obesidade. Em casos mais avançados, quando a condição já é proliferativa, podem ser necessárias intervenções mais invasivas, como vitrectomia (cirurgia ocular) ou até injeções intraoculares e tratamentos a laser.
A principal forma de prevenção da cegueira causada pela retinopatia diabética é a realização de exames periódicos, preferencialmente com um especialista em retina. “Além disso, manter um estilo de vida saudável e controlar os níveis de glicemia são fundamentais para evitar o avanço da doença”, conclui a especialista.