Capitão da PM que estava foragido acusado de Associação Criminosa se entrega à Polícia em Boca do Acre
Amazonas – O capitão da Polícia Militar, Francisco Bruno Almeida Furtado, se entregou à polícia nesta sexta-feira (15) no município de Boca do Acre, após permanecer foragido durante a operação que investiga sua participação em uma série de crimes.
Furtado, que comandava o policiamento em Boca do Acre, é o principal alvo da Operação Joeira, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
Após a entrega, ele está sendo transportado para a cidade de Humaitá, onde será apresentado às autoridades responsáveis pela investigação. A Operação Joeira, deflagrada no início desta semana, investiga uma rede de corrupção envolvendo o capitão e outros membros das forças de segurança pública. De acordo com o Gaeco, Furtado e seu grupo são suspeitos de envolvimento em uma série de crimes graves, como corrupção, peculato, extorsão, e associação criminosa.
O esquema de “rachadinhas”, no qual parte dos salários de subordinados era desviada para fins pessoais, é um dos principais pontos da investigação. As apurações indicam que a organização criminosa era composta por policiais militares, um policial civil e civis que usavam suas funções públicas para atuar em atividades ilícitas.
Entre os crimes investigados estão furtos qualificados, falsidade ideológica e o uso indevido da estrutura policial para enriquecer de maneira ilícita. Durante a operação, as autoridades apreenderam mais de R$ 30 mil em espécie, veículos de luxo, joias e outros bens valiosos, que estavam em um condomínio de alto padrão na zona Oeste de Manaus.
Além disso, um bloqueio de mais de R$ 1 milhão foi realizado, com o objetivo de ressarcir os danos causados ao patrimônio público e à credibilidade das instituições de segurança no estado do Amazonas. A prisão do capitão Furtado é um marco na investigação, que continua em andamento, com a expectativa de que mais membros da rede criminosa sejam identificados e responsabilizados pelos atos ilícitos.
A entrega voluntária do oficial à polícia marca uma reviravolta importante no caso, mas as autoridades alertam que ainda há muito a ser apurado sobre o alcance e a complexidade das ações dessa organização criminosa.