Brasil

Fóssil de dinossauro que viveu há 237 milhões de anos é descoberto no Brasil

Uma descoberta paleontológica impressionante no Brasil revelou um dos fósseis mais antigos da linhagem dos dinossauros. O Gondwanax paraisensis, uma nova espécie de réptil que viveu há 237 milhões de anos, foi encontrado em Paraíso do Sul, no Rio Grande do Sul. Estima-se que esse animal ancestral teria cerca de um metro de comprimento, sendo um dos primeiros representantes da linhagem que dominaria a Terra por milhões de anos. De acordo com pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a análise dos ossos fossilizados sugere que o Gondwanax poderia ser um parente próximo dos dinossauros ou até mesmo um dinossauro propriamente dito. A ausência de dentes ou outros elementos cranianos recuperados impede que os cientistas determinem com certeza seus hábitos alimentares, mas a suposição é que, assim como outros membros relacionados a ele, o Gondwanax fosse herbívoro ou onívoro. O nome Gondwanax significa “lorde do Gondwana”, em homenagem à porção sul do supercontinente Pangeia, onde esse réptil viveu. Já “paraisensis” é uma homenagem ao município de Paraíso do Sul, onde o fóssil foi encontrado. A relevância da descoberta para a ciência A descoberta do Gondwanax paraisensis reforça a importância do Brasil no estudo da origem dos dinossauros. O fóssil foi classificado como membro do grupo Silesauridae, conhecidos por apresentar características que os situam entre os primeiros dinossauros e seus predecessores. No entanto, ainda há debate sobre se esses animais eram, de fato, dinossauros ou seus precursores imediatos. Rodrigo Temp Müller, paleontólogo da UFSM, destacou a combinação única de características do Gondwanax. “O fêmur do animal não possui algumas cristas típicas de dinossauros, enquanto a região sacral apresenta uma estrutura avançada. Isso pode sugerir que o Gondwanax tinha uma forma de locomoção distinta de outros répteis da época”, explicou. O estudo foi publicado recentemente no periódico científico Gondwana Research, detalhando essa nova espécie de réptil que ajudará a decifrar a história evolutiva dos dinossauros. Descobertas recentes no Rio Grande do Sul O Rio Grande do Sul tem se tornado um importante local de descobertas paleontológicas. Em julho deste ano, um fóssil de dinossauro de aproximadamente 230 milhões de anos foi encontrado em São João do Polêsine. O animal, com cerca de 2,5 metros de comprimento, acrescenta mais peças ao quebra-cabeça sobre a diversidade de répteis que habitavam o sul do Brasil no período Triássico. Ainda em julho, outro fóssil, o Parvosuchus aurelioi, um réptil com características semelhantes a crocodilos, foi encontrado na mesma região. Essas descobertas colocam o Brasil como um dos protagonistas no estudo dos primeiros dinossauros e seus ancestrais. Com essas recentes descobertas, o Rio Grande do Sul continua a surpreender o mundo da paleontologia, revelando segredos antigos sobre os primeiros passos da vida dos dinossauros na Terra.

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