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Presidente de Associação jurídica que defende Maria do Carmo também é funcionária de empresa pertencente a Fametro

A disputa pela prefeitura de Manaus ganhou novos contornos com a divulgação de uma nota assinada por Lúcia Maria Corrêa Viana, presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ-AM) e coordenadora do curso de Direito da Faculdade Santa Teresa, parte do grupo Fametro. O documento foi divulgado no dia 10 de outubro, em resposta às declarações feitas pelo candidato a vice-prefeito, Renato Junior, durante o debate na TV Norte Amazonas, em que ele trouxe à tona uma dívida de mais de R$ 10 milhões de IPTU da candidata à vice-prefeita, Maria do Carmo Seffair, empresária e dona da Fametro.

A nota da ABMCJ, presidida por Lúcia Viana, saiu em defesa de Maria do Carmo, argumentando que a abordagem de Renato no debate foi agressiva e desrespeitosa, utilizando uma pauta de defesa da honra feminina. No entanto, a utilização de um argumento baseado na violência de gênero gerou controvérsias, especialmente entre setores que questionaram o uso de causas femininas em um contexto eleitoral. Para muitos, a estratégia foi vista como um desvio da discussão sobre o não pagamento de impostos por parte da candidata.

Cileide Moussallem, presidente da Virada Feminina no Amazonas, foi uma das vozes a se manifestar contra a postura de Maria do Carmo e a associação. Em um vídeo postado nas redes sociais, Cileide criticou duramente o uso da pauta feminista em defesa de uma situação relacionada à dívida tributária: “Mulheres de classe média baixa pagam seu IPTU, por que você, que é empresária, não faz o mesmo?”, questionou. Segundo ela, a utilização da causa feminina em situações como essa enfraquece a luta contra a violência de gênero.

Cileide ainda reforçou que questões sérias, como a violência contra mulheres, não devem ser usadas para encobrir outros temas, como o não pagamento de impostos, concluindo que manterá vigilância para evitar o uso político indevido de pautas legítimas de defesa das mulheres. A reação da sociedade civil demonstra que a tentativa de vincular a questão de gênero a uma defesa eleitoral pode ter um efeito reverso, gerando críticas sobre a apropriação de causas femininas para benefício político.

A disputa entre os candidatos, marcada por acusações mútuas, promete se acirrar ainda mais, trazendo à tona debates que transcendem as propostas de governo e tocam em questões morais e éticas.

Segue a nota na íntegra:

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