Declaração de patrimônio de vereadores em Manaus faz população chorar – MANAUS TEM OS VEREADORES MAIS POBRES DO BRASIL.
Manaus – A recente divulgação das declarações de bens dos vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) gerou inquietação entre eleitores e levantou questionamentos sobre a transparência dos políticos. Embora o salário de um vereador seja de R$ 18,9 mil, vários deles declararam patrimônios que não condizem com o padrão de renda esperado, levando à suspeita de ocultação de bens. De acordo com a ferramenta DivulgaCand, do TSE, que disponibiliza os dados de bens dos candidatos, o patrimônio conjunto dos 41 vereadores cresceu 59,73% desde as últimas eleições municipais, saltando de R$ 16,8 milhões para R$ 26,9 milhões. No entanto, algumas declarações apresentaram discrepâncias. Enquanto parte dos parlamentares ostenta fortunas milionárias, outros declararam valores baixos ou até inexistentes, o que gerou desconfiança por parte da população. “Olha, eu ganho meu salário suado todo mês, e não sobra pra quase nada. Como é que um vereador, que ganha mais de 18 mil reais, não declara nenhum bem? Isso tá errado. Parece que tão escondendo alguma coisa, né? Quem tem tanto dinheiro assim e não tem nada pra mostrar? Eu, com meu salário, tenho que declarar até meu carro velho!”, revela João da Silva, professor da rede pública. Vereadores milionários e declarações contestadas Os vereadores com maiores patrimônios declarados são Diego Afonso (União), com R$ 3,5 milhões; Rodrigo Guedes (PP), com R$ 2,9 milhões; e Yomara Lins (Podemos), com R$ 2,5 milhões. Em contrapartida, parlamentares como João Carlos (Republicanos), William Alemão (Cidadania) e Caio André (União) declararam bens significativamente inferiores, variando entre R$ 36,8 mil e R$ 65 mil. Já Rosivaldo Cordovil (PSDB) e Sassá da Construção Civil (PT) não declararam nenhum bem, o que despertou ainda mais dúvidas. O caso que mais chamou a atenção foi o do vereador Capitão Carpê (PL), cujo patrimônio aumentou 2154,51% em quatro anos. Em 2020, Carpê declarou apenas R$ 42 mil, valor que saltou para R$ 946,8 mil em 2024, devido à compra de um apartamento de luxo e a troca de veículos. Esse crescimento exponencial foi um dos fatores que geraram desconfiança nos eleitores. “Esses políticos tão ficando ricos do nada, né? A gente vê o cara começar com quase nada e, em quatro anos, o patrimônio cresce que nem bolo. Só que bolo cresce quando tem fermento, e no caso deles, acho que esse ‘fermento’ é coisa errada, viu? Tem que explicar de onde veio esse dinheiro todo, porque pra mim, isso aí tem dedo de corrupção”, opinou Carlos Alberto, motorista de aplicativo. Disparidades patrimoniais e oscilações significativas Doze vereadores apresentaram grandes variações patrimoniais desde a última eleição. O crescimento mais notável foi de Capitão Carpê, mas outros parlamentares, como Elissandro Bessa (PSB), que teve aumento de 980,13%, e Yomara Lins, com 443,48%, também chamaram atenção. Por outro lado, alguns vereadores viram seus patrimônios encolherem. Marcelo Serafim (PSB) registrou uma queda de 18,34% em seus bens, enquanto Raiff Matos (PL) teve uma diminuição de 90,54%. “A gente que rala todo dia na feira, vendendo um pouco aqui, outro ali, tem que se virar com o que ganha. Agora, vereador ganhando esse dinheiro todo e não tem nada pra declarar? Isso tá me cheirando a mutreta, viu! Será que tão escondendo os bens pra não dar na cara? Porque pra mim, se é limpo, não tem por que esconder”, desabafou a feirante Maria Clara. O papel da declaração de bens na transparência política A declaração de bens dos candidatos é uma ferramenta fundamental para a transparência eleitoral. Ela permite que os eleitores acompanhem a evolução patrimonial dos políticos durante o mandato, ajudando a identificar possíveis irregularidades ou indícios de enriquecimento ilícito. No entanto, a falta de clareza em algumas declarações pode indicar a necessidade de um maior escrutínio público e investigação sobre o patrimônio dos vereadores. Confira na íntegra a declaração de cada vereador:
