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Maduro quer prisão de Javier Milei após ter avião confiscado na Argentina

O governo de Nicolás Maduro anunciou que vai emitir mandados de prisão contra o presidente argentino Javier Milei, em resposta ao confisco de um avião venezuelano em solo argentino. A decisão foi divulgada nesta quarta-feira (18/9) pelo Ministério Público da Venezuela, que afirmou estar conduzindo procedimentos para formalizar as acusações. De acordo com o comunicado oficial, dois promotores especializados foram nomeados para tratar do caso e estão tramitando os mandados de prisão não apenas contra Milei, mas também contra outras figuras de destaque do governo argentino, como a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, e a secretária-geral da Presidência, Karina Milei. Entre os crimes que poderão ser imputados ao trio estão roubo agravado, lavagem de dinheiro, privação ilícita de liberdade, inutilização de aeronave e associação criminosa. O motivo do embate: o avião confiscado O foco do conflito entre os dois países gira em torno de um avião cargueiro de origem iraniana, que foi retido na Argentina em junho de 2022. A aeronave, pertencente à Venezuela, estava transportando peças automotivas e chegou à Argentina após uma parada no México. Entretanto, o confisco do avião ocorreu após um pedido dos Estados Unidos, uma vez que a Mahan Air, companhia aérea iraniana que vendeu a aeronave à Venezuela, é alvo de sanções por parte de Washington. A Justiça argentina, acatando a solicitação dos EUA, determinou o envio do avião para a Flórida, onde permanece desde então. Esse movimento enfureceu o governo de Maduro, que considera o ato uma afronta à soberania venezuelana e um ataque direto aos interesses do país. Reação de Maduro e desdobramentos A resposta de Nicolás Maduro é mais um capítulo nas tensas relações entre a Venezuela e a Argentina, especialmente após a eleição de Javier Milei, que não reconhece Maduro como presidente legítimo da Venezuela. Milei, que mantém uma postura crítica ao regime venezuelano, inclusive já havia reconhecido María Corina Machado, da oposição, como presidente interina da Venezuela, em um claro sinal de seu alinhamento com outros líderes internacionais que condenam o governo de Maduro. O governo venezuelano, por sua vez, alega que o confisco da aeronave foi uma ação deliberada de roubo, coordenada entre o governo argentino e os Estados Unidos, o que motivou a ação judicial contra Milei e as outras autoridades envolvidas. Tensões internacionais em escalada O episódio do avião é mais uma peça no cenário internacional turbulento entre os dois países. Recentemente, Maduro comparou Milei e seus apoiadores a “seguidores de Hitler”, enquanto o presidente argentino convocou a “comunidade internacional” para se unir contra o regime de Maduro. Esse conflito promete novas reviravoltas, à medida que ambos os líderes intensificam o tom das acusações e tomam medidas mais drásticas. Com essa nova ação judicial, as relações entre Venezuela e Argentina, que já estavam desgastadas, enfrentam um ponto crítico, e as próximas semanas serão determinantes para entender se esse embate jurídico terá implicações diplomáticas ainda mais graves.

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