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BC investiga se Banco Luso Brasileiro lavou dinheiro para o PCC

O Banco Central abriu uma investigação contra o Banco Luso Brasileiro por suposta lavagem de dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital). A informação foi divulgada pelo portal UOL na manhã da última segunda-feira, 16, e no Diário do Grande ABC-SP, nesta terça-feira, 17. Segundo investigações do Ministério Público de São Paulo, o Banco depositou, em 2015, mais de R$ 20 milhões na conta de uma holding chamada MJS, cujos sócios eram Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, e dirigentes da Transwolff, empresa de ônibus acusada de lavar dinheiro para o PCC.

O Banco Luso Brasileiro foi comprado pelo empresário Rui Denardin, conhecido no Pará, por meio do Grupo Mônaco, do qual é o CEO, por acumular vários processos na Justiça, que incluem estelionato, com várias condenações, uma delas por fraudes com recursos da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), entre outras.

Banner nas redes sociais do Grupo Mônaco comprova a compra de ações do Luso Brasileiro.

Banner nas redes sociais do Grupo Mônaco comprova a compra de ações do Luso Brasileiro. Crédito: Redes sociais/Reprodução

No caso envolvendo o Banco Luso Brasileiro, o UOL publicou que ainda em 2015, a MJS foi incorporada à Transwolff, para alavancar o capital da empresa de ônibus e participar de uma licitação da Prefeitura de São Paulo. Segundo informações do Ministério Público, o capital da TW saltou de R$ 1 milhão para R$ 55 milhões, naquele ano, o que permitiu que participasse da licitação da Prefeitura, à época comandada por Fernando Haddad. O edital exigia que os concorrentes tivessem capital social de, no mínimo, R$ 25 milhões.

Rui Denardin (de camisa preta) em clima festivo com amigos.

Rui Denardin (de camisa preta) em clima festivo com amigos. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Operação deflagrada em abril pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou dez pessoas ligadas à TW por organização criminosa, extorsão, lavagem de dinheiro e apropriação indébita. Os valores associados à empresa teriam sido obtidos por “depósitos em dinheiro e fracionados”, sem origem demonstrada, segundo a denúncia.

A MJS Participações Ltda. seria efetivamente incorporada à TW em dezembro de 2019. A MJS “não desempenhou nenhuma atividade operacional, não teve funcionários, não adquiriu nem alienou nenhum bem imóvel, não possuiu ônibus e não figurou como emitente ou destinatária de nenhuma NFe, tudo a evidenciar que foi criada com o único propósito de alavancar a Transwolff e ocultar a origem ilícita do dinheiro aportado na empresa”, aponta o Ministério Público.

A documentação do caso foi enviada para o Banco Central e para a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela Justiça de São Paulo após pedidos de promotores, que apontaram uma tentativa de ocultar “recursos de origem ilícita” por parte de membros da facção.

Banco Luso Brasileiro

O Banco Luso Brasileiro afirmou ao UOL que não teve acesso às investigações e que só soube da apuração por meio de notícias da imprensa. O Banco Central preferiu não se manifestar sobre o inquérito e afirmou que “não comenta processos e decisões judiciais, nem ações de supervisão em instituições específicas”. Caso seja comprovada a lavagem de dinheiro para a facção, o Banco Luso Brasileiro pode ter sua autorização de funcionamento cassada no País.

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