Polícia

Homem preso por suspeita de atear fogo em fazendas diz ter recebido R$ 300

Um homem suspeito de provocar um incêndio que devastou aproximadamente mil hectares de terras agrícolas em Bom Jardim de Goiás foi preso, sob a acusação de ter recebido R$ 300 para incendiar as propriedades rurais. O delegado da Polícia Civil, Fábio Marques, que conduz as investigações, relatou em entrevista ao Globo que o suspeito está detido em uma prisão no município vizinho de Aragarças, onde deve passar por audiência de custódia nesta segunda-feira (26/08).

O capitão José Eduardo de Lima, do Batalhão Rural da Polícia Militar (PM), informou que a prisão foi possível graças à denúncia de um caminhoneiro que testemunhou um motociclista ateando fogo na vegetação. Durante a abordagem, foi encontrado um isqueiro com o suspeito, que também apresentava mãos sujas de carvão. Um produtor rural, ao tentar cruzar as chamas com seu trator, acabou cercado pelo fogo.

O suspeito foi preso em flagrante e autuado com base no artigo 250 do Código Penal Brasileiro, que prevê pena de três a seis anos de reclusão, além de multa, para quem “causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio alheio”. Após a prisão, ele foi levado para o presídio de Aragarças.

Em depoimento, salgadeiro Lucas Vieira de Lima, de 29 anos, disse “que a motivação foi política, mas o interrogado não sabe detalhes sobre os fatos. Que o mandante do crime não disse o nome do proprietário da terra, afirmou apenas que era um desafeto político”.

Em vídeos gravados logo após sua prisão, o homem admitiu ter causado os incêndios sob ordens de um indivíduo que ele identificou como “Rogério”. O capitão da PM revelou ainda que havia relatos de incêndios em fazendas de municípios goianos nas duas últimas semanas, sempre envolvendo um homem em uma moto vermelha, com os focos de incêndio começando na rodovia e se alastrando pelas fazendas.

As investigações sobre o mandante e a motivação do crime estão em andamento pela Polícia Civil de Goiás. O delegado Fábio Marques, responsável pelo caso, solicitou uma vistoria para avaliar os danos e confirmou que o inquérito seguirá em Aragarças, onde o acusado continua detido e enfrentará a audiência de custódia ainda hoje.

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