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Afeganistão decreta lei que proíbe mulheres de falar em público e mostrar o rosto; entenda

O Ministério da Justiça do Talibã anunciou na última quinta-feira (22) a promulgação de uma lei para “promover a virtude e prevenir o vício” em conformidade com a Sharia, a lei islâmica, em todo o Afeganistão. 

A nova lei diz que “as mulheres devem cobrir completamente o corpo na presença de homens que não pertençam à sua família”, incluindo o rosto “para evitar tentações nos homens”, o que implica o uso de uma máscara semelhante à utilizada durante a pandemia de Covid-19. Além disso, as mulheres não devem usar a sua voz em público. 

Após  tomar o poder em 2021, o Talibã criou um ministério para a “propagação da virtude e prevenção do vício”. As leis estão em um documento de 114 páginas e 35 artigos e são a primeira declaração formal de leis de vício e virtude no Afeganistão desde a tomada do poder.

Essas leis dão autoridade ao ministério na linha de frente da regulamentação da conduta pessoal, administrando punições como advertências ou prisão se os responsáveis ​​alegarem que os afegãos violaram as leis.

Confira leis, restrições e normas que já existem no país: 

  • Proibição de música e entretenimento, incluindo cinema e televisão 
  • Proibição de portar câmeras sem licença
  • Restrições à internet e a qualquer forma de arte que não esteja alinhada com a interpretação da Sharia 
  • Proibição de empinar pipas e fotografar mulheres 
  • Normas para Homens: Os homens são obrigados a manter a barba em comprimento adequado, e a ausência ou corte muito curto da barba é considerado um pecado 
  • Transporte de Mulheres: Motoristas não podem transportar mulheres que não estejam cobertas ou acompanhadas por um homem da família 

Punições

As consequências para aqueles que infringirem essas leis variam de advertências a detenções preventivas e multas, podendo incluir também a possibilidade de julgamento em caso de reincidência. O Talibã reafirmou a intenção de aplicar punições severas, como chibatadas públicas e apedrejamento por adultério.

A sharia também vigora no Irã, nas Maldivas, em uma província da Indonésia e no Catar, entre outros países.

O que a ONU diz sobre

Em julho, a Organização das Nações Unidas (ONU), expressou em um relatório enviado ao país, as preocupações em relação aos direitos humanos e à repressão política.

“Dadas as múltiplas questões descritas no relatório, a posição expressa pelas autoridades de fato de que essa supervisão aumentará e se expandirá causa preocupação significativa para todos os afegãos, especialmente mulheres e meninas”, disse Fiona Frazer, chefe do serviço de direitos humanos na missão da ONU no Afeganistão.

O Talibã rejeitou o relatório da ONU.

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