Passado bolsonarista de Mateus Assayag alavanca rejeição na cidade mais ‘lulista’
O alto índice de rejeição do pré-candidato a prefeito de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), vereador Mateus Assayag (PSD), é resultado do seu passado de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma das cidades mais “lulistas” da região Norte. Em Parintins, quase 90% da população votou em Lula na última eleição.
Em 2022, Mateus Assayag pedia votos nas ruas de Parintins para Bolsonaro, o que aumentou ainda mais antipatia de parte da população a ele, já que a aceitação de Lula no município é histórica. Outro agravante que está sendo avaliado no seu grupo político é o seu passado como gestor público, secretário e presidente da Câmara Municipal de Parintins, o que dissolveu ainda mais a intenção de votos e justifica tamanha rejeição.
Omissão
Durante a campanha para presidente, senador, governador, deputado federal e deputado estadual em 2022, Mateus Assayag foi orientado a omitir o nome de Bolsonaro em suas redes sociais e não pedir votos para presidente, somente para os demais cargos. Mas, nas ruas, no corpo a corpo, ele pedia votos para Bolsonaro e ficou marcado por isso e agora está sofrendo as consequências.
Visita de Lula
Nem durante a visita do presidente Lula a Parintins, em agosto do ano passado para o relançamento do Programa Luz para Todos, Mateus Assayag se manifestou. Ele não escondia a sua objeção ao presidente Lula, esquecendo o grande número de eleitores do PT na cidade.
Hegemonicamente Lulista
A eleição no Amazonas, em 2022, apresentou mudanças. O fato é atribuído à movimentação dos números, que acontecia desde março daquele ano, principalmente no interior. Parintins, por exemplo, já tinha como certo seu candidato para presidente.
A ilha tupinambarana é hegemonicamente Lulista. “Os candidatos precisam ter esse cuidado em Parintins. Quem pedir votos para Jair Bolsonaro na terra dos Bois, vai perder voto para si mesmo”, disse o diretor do Instituto Pontual Pesquisas, Eric Barbosa, à época, ao ressaltar que situação semelhante acontece em Itacoatiara, outro município considerado bastante Lulista no Estado, com base nas pesquisas quantitativa e qualitativa.