Omar Aziz e Plínio Valério divergem sobre regulamentação de cassinos
Em uma votação apertada [14 votos a favor e 12 contrários], a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (19) o projeto de lei que legaliza os jogos de azar no país como bingos, cassinos, jogo do bicho e permite corridas de cavalos.
Dois senadores do Amazonas no colegiado divergiram na votação. Omar Aziz (PSD) votou a favor e se juntou ao grupo que vê na modalidade a possibilidade de gerar mais empregos no país e melhorar a arrecadação.
Pelo texto aprovado, haverá um limite de um cassino em cada estado e no Distrito Federal, e o Amazonas junto com Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pará, terão direito até dois cassinos cada. São Paulo terá direito a três e os demais um cada.
“O meu papel é o de representar quem me mandou para cá e quem me mandou para cá, eu posso lhe dizer, dos que eu conheço, do que eu tenho contato, do que eu tenho alcance, são contra”, disse Valério.
E completou:
“Se fizer no Amazonas, eu duvido que vá alguém para lá direto para cassinos. Se turismo atraísse, a gente estaria muito bem com os recursos naturais que se tem. É falácia de turismo, de arrecadação”.
Um dos maiores defensores da proposta na comissão, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que “os jogos no Brasil, de certa forma, já estão legalizados”.
“Se a gente for ver, o cassino on-line, já aprovado no plenário, possibilita uma pessoa entrar num site, fazer, participar e jogar. Os jogos esportivos, as bets, já estavam funcionando, foram legalizados e ainda não foram regulamentados na totalidade, mas vão ser regulamentados. Mas todo mundo está jogando. Os caça-níqueis, com a regulamentação que foi aprovada, já estão funcionando em vários ambientes”.
Com base nessa análise, Carvalho questionou o porquê de não regulamentar outras modalidades. No caso do cassino fixo, o parlamentar diz que essa modalidade movimenta a economia com o uso de táxi, trabalhos de camareira, croupier, barman e cozinheiro.
“Tem uma série de pessoas trabalhando, pelo menos 400 ou 500 empregadas em cada um desses cassinos, só para a atividade do jogo”.
O senador lembrou que a modalidade é regulamentada em todos os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“O mundo inteiro, inclusive países asiáticos que são extremamente rigorosos, porque eles são rigorosos em uma série de outras coisas, mas, nessa atividade, eles preferiram torná-la legal para garantir que o Estado tenha o controle”.
CCJ/Senado libera geral: jogo do bicho, cassino, bingo, corrida de cavalo
Investimentos
O relator da matéria, o senador Irajá (PSD-TO), disse que os investimentos no país com a legalização podem chegar a R$ 100 bilhões, com a geração de cerca de 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos.
De acordo com ele, a arrecadação potencial por ano seria de R$ 22 bilhões, divididos entre os estados, os municípios e a União.
“Não podemos mais perder essa grande oportunidade que outros países concorrentes já entenderam e enxergaram de gerar emprego, renda e impostos, que serão evidentemente revertidos em benefícios ao povo brasileiro nas áreas mais essenciais, como a saúde, educação, social e infraestrutura”, afirmou.
No ano passado, o relator revelou que os jogos ilegais movimentaram no país entre R$ 14,3 bilhões e R$ 31,5 bilhões.
SIM
Sérgio Moro (União Brasil-PR)
Weverton Rocha (PDT- MA)
Omar Aziz (PSD-AM)
Ângelo Coronel (PSD-BA)
Fabiano Contarato (PT-ES)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Ana Paula Lobato (PSB-MA)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Marcelo Castro (MDB-PI)
Jayme Campos (União Brasil-MT)
Cid Gomes (PSB-CE)
Irajá (PSD-TO)
Jaques Wagner (PT-BA)
Tereza Cristina (PP-MS)
NÃO
Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
Marcos do Val (Podemos-ES)
Plínio Valério (PSDB-AM)
Alessandro Vieira (MDB-SE)
Janaína Farias (PT-CE)
Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Carlos Portinho (PL-RJ)
Magno Malta (PL-ES)
Marcos Rogério (PL-RO)
Esperidião Amin (PP-SC)
Izalci Lucas (PL-DF)
Vanderlan Cardoso (PSD-GO)