Brasil

Novas regras para motoristas de aplicativo: entenda os principais pontos da proposta

O Governo Federal encaminhou para o Congresso Nacional um projeto que regulamenta a profissão de motorista de aplicativo. O projeto é resultado de um ano de negociações entre governo, sindicatos de motoristas e empresas. A proposta cria a categoria do trabalhador autônomo por plataforma. Os motoristas vão continuar sem vínculo de emprego e sem exclusividade com os aplicativos de transporte de passageiros. O projeto prevê o pagamento de R$ 32,10 por hora de trabalho – desse valor, R$ 24,07 são para cobrir gastos com internet do celular, combustível, manutenção do veículo, seguro, imposto e outros. Quem cumprir jornada de oito horas diárias não poderá receber menos do que R$ 1.412. Os motoristas poderão trabalhar até 12 horas por dia somando todas as jornadas  em todos os aplicativos. O projeto também cria regras específicas de contribuição para a previdência social: os motoristas deverão recolher 7,5% do salário de contribuição; e as empresas, 20%.   Benefícios do INSS Com esta medida, os trabalhadores passarão a ter direito aos benefícios do INSS, o que hoje não existe. O governo calcula arrecadar quase R$ 280 milhões de reais para a previdência social. Se aprovada, deve beneficiar 1,2 milhão de trabalhadores do setor chamado de “quatro rodas”, com empresas como Uber e 99, segundo associação do setor. A proposta de legislação do Brasil vai ao encontro das regulamentações que estão sendo feitas em alguns países do mundo, em busca da proteção desses trabalhadores e da arrecadação de impostos. Chile, Espanha e Uruguai, por exemplo, fizeram reformas para incluir os motoristas de aplicativos na legislação trabalhista. O novo modelo vai ao encontro do que queria as empresas de aplicativo, que era considerar esses profissionais como autônomos, afastando a possibilidade de contratação pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Segurança jurídica A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que participou das negociações com governo e trabalhadores, diz que a medida traz segurança jurídica e benefícios aos profissionais. A proposta contempla as prerrogativas de uma atividade na qual a independência e a autonomia do motorista são fatores fundamentais. Certamente será usada como exemplo para muitos países que hoje discutem a regulação deste novo modelo de trabalho”, afirma nota da associação. A ideia inicial do governo era também criar uma regulamentação para quem trabalha com aplicativos de entrega de alimentos e outros produtos. No entanto, o Executivo não conseguiu chegar a um acordo com os aplicativos do setor. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o modelo de negócios dessas empresas é “altamente explorador” e, por isso, uma regulamentação da atividade não caberia nos seus modelos de negócio. A idéia do governo era inicialmente criar uma regulamentação para quem trabalha com aplicativos de entrega de produtos. No  entanto o executivo não conseguiu chegar a um acordo com as empresas do governo.

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