Dia de Finados: pai de aluna morta na escola vai ao túmulo todos os dias: ‘Gi, fala comigo’
O Dia de Finados para o pai da estudante Giovanna, de 17 anos, morta na escola Estadual de Sapopemba, será mais um no cemitério. Desde o dia 23 ele vai todos os dias ao túmulo da filha e pede para ela falar com ele. A dor é intensa.
“Chegava de frente para o túmulo conversando com ela, pedindo ‘Gi, fala com o pai, onde tem um lugar bonito para a gente conversar’. Nos meus pensamentos, ela me levava para os lugares, ficava andando pelo cemitério. As pessoas devem ter achado que eu estava louco. Até o rapaz que trabalha lá já me conhecia.”
Denis Bezerra da Silva diz não ter mais vontade de fazer nada, nem de trabalhar. Ele afirma que tem um temor: mais mortes em escolas no Brasil, como a que ocorreu com a filha dele. “É doído falar isso, mas sei que não vai ser a última vítima. Tenho que entregar para Deus.”.
A missa de sétimo dia foi na segunda-feira. “Faltou eu ter falado mais vezes, principalmente nesses últimos anos, ‘filha, eu te amo, do meu jeito, mas eu te amo’. Isso faltou”, diz. “Minha filha cortou o cabelinho dela e não tive a oportunidade de dizer que estava linda.”