Deputada trans pede R$ 3 mi de indenização após ser chamada de “amigo”
Brasil – A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) entrou nesta quarta-feira (20), com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o também parlamentar Pastor Isidório (Avante-BA) por uma fala vista como transfóbica.
A mesma é uma mulher trans e foi tratada no masculino, em fala de pastor, durante parlamento.
Ela pede que Pastor Isidório seja autuado pelo crime de transfobia e pague uma multa de R$ 3 milhões em danos morais coletivos. E, também, solicita que ele seja condenador por “incitar a discriminação e o preconceito contra pessoas trans e travestis” e “por ter assediado, constrangido, humilhado detentoras de cargo eletivo,utilizando-se de menosprezado e discriminação à condição de mulher”.
A fala, que foi apontada como transfóbica, aconteceu durante a sessão desta terça-feira da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, que iria analisar o PL que proíbe o casamento homoafetivo no Brasil.
“A bíblia não é um absurdo, meu amigo. A bíblia não é um absurdo, meu amigo. A bíblia é a palavra de Deus”, disse Isidório a Hilton durante a comissão.
Brasil – Uma sessão realizada nessa terça-feira (19) na Câmara dos Deputados, em Brasília foi marcada por muito bate-boca entre os parlamentares. Isso porque o tema debatido era o casamento de pessoas LGBTQUIAP+ e o clima esquentou entre os parlamentares.
A discussão e a votação do projeto, na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, acabaram sendo adiadas para o próximo dia 27, devido os discursos acalorados trocados pelos deputados. Os parlamentares vão realizar, ainda, no dia 26, uma audiência para ouvir 4 pessoas favoráveis a proibição e quatro contrárias a proposta.
Na ocasião da discussão da proposta os ânimos ficaram exaltados e o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) chamou a deputada trans, Erika Hilton (Psol-SP), de “amigo”, o que para muitos foi uma fala transfóbica. A discussão começou quando o deputado pastor disse que a bíblia não era um absurdo.
“A bíblia não é um absurdo, meu amigo. A bíblia não é um absurdo, meu amigo. A bíblia é a palavra de Deus”, disse Isidório a Hilton durante a comissão.
Com a bíblia nas mãos, ele continuou a falar sobre o casamento homoafetivo e disse que homem nasce homem, mesmo realizando cirurgia para mudança de sexo.
“Homem nasce como homem com binga, portanto, com pinto e com pênis” e “mulher nasce com sua cocota, sua tcheca [sic], portanto, sua vagina”, complementou Isidório, sendo interrompido por Hilton que pediu para rebater a fala do pastor deputado.
Erika Hilton o acusou de transfobia na sessão e o bate-boca foi generalizado, envolvendo também o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que gritou para que Hilton respeitasse o pastor, pois os ativistas da causa LGBT eram usados como “massa de manobra” para os deputados e deputadas se elegeram por meio da causa.
“Respeita o pastor, respeita o pastor. Não deixe ela lhe chamar de criminoso não, pastor. Respeita a nossa fé, respeita o cristianismo. Vocês usam essas pessoas e daqui a três anos tá pedindo votos para elas. Vocês usas os ativistas homossexuais”, diz Nikolas