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‘Eco Podcast’ debate uso sustentável da floresta no Amazonas

Reunindo empresários e especialistas em economia sustentável, o segundo episódio do “Eco” – o podcast da plataforma “Sou Amazonas” – foi ao ar na última quinta-feira, 25/5, destacando iniciativas ecossistémicas de sucesso no Estado.

“O Amazonas presta um importante serviço ambiental ao mundo e não somos remunerados por isso. Nossa população passa por dificuldades, vivendo em meio a maior potência bioeconômica do mudo”, afirmou Angelus Figueira, empresário e engenheiro, idealizador da proposta voltada para divulgar e incentivar os potenciais econômicos sustentáveis da região.

E para debater essas questões, Angelus recebeu no estúdio do “Eco Podcast o diretor-presidente da Mil Madeiras Preciosas, João da Cruz Rodrigues; o presidente do Instituto Piatam, Alexandre Rivas; e o presidente do Instituto Piagaçu e da Na Floresta Alimentos Amazônico, Artur Bicelli Coimbra.

“Temos empresários comprometidos com as causas ambientais no Amazonas e que estão gerando emprego, criando novas oportunidades, mas falta incentivo, falta tornar essas iniciativas em novas matrizes econômicas”, ressaltou Figueira.

A opinião foi compartilhada por Alexandre Rivas, que completou o pensamento dizendo que há um interesse grande, até de pequenos produtores, nos serviços ecossistêmicos, mas esses mercados ainda carecem de incentivo.

“Precisamos sair da inércia econômica e do ciclo vicioso da pobreza. O Estado precisa de um empurrão, quando falamos em serviços florestais, que pode vir por meio da iniciativa privada, para trazer eficiência nos processos. Sempre tendo em mente a importância de usar responsavelmente nossos recursos”, defendeu Rivas.

Case de sucesso

Uma filial do grupo suíço Precious Woods, a Mil Madeiras Preciosas está situada no município de Itacoatiara, interior do Amazonas, atuando com manejo florestal sustentável e produção industrial madeireira.

“É possível fazer manejo com impacto reduzido. Atuamos há 30 anos em Itacoatiara e tornamos isso em realidade, em meio a uma sociedade que não tinha a cultura do manejo. Hoje, já são 300 mil hectares manejados de forma correta”, disse o presidente João da Cruz.

Por outro lado, ele comenta dificuldade para expandir os negócios, principalmente, pela falta de incentivo e de políticas públicas efetivas para o desenvolvimento sustentável do Amazonas e da Amazônia.

“Vemos o movimento madeireiro em queda pela falta de um estudo no Estado para incentivar essas ações de forma correta.Temos empresas que entregam um impacto positivo para a floresta, mas que não recebem esse olhar diferenciado de estímulo à atividade sustentável”, criticou João.

Do Amazonas para o mundo

Na Floresta Alimentos Amazônico é um empreendimento de impacto socioambiental que, entre outras ações, deu início a Chocolates Na’kau, empresa produtora de chocolate orgânico e artesanal feito em Manaus, a partir do cacau selvagem.

Atualmente, a Na’kau trabalha com 80 famílias de toda calha do rio Madeira e algumas da calha do rio Amazonas no fornecimento do cacau silvestre.

“Somos a primeira indústria de cacau do Estado e nossos produtos têm o selo amazônico, porque o cacau silvestre é aquele que é natural da floresta, não causa impacto, e seu sabor frutado agrada muito o paladar europeu e japonês”, disse Artur Coimbra.

Com sua marca presente em grande parte do país e exportando para Japão, Estados Unidos e França, Artur considera que o Amazonas está muito aquém do seu potencial. “Falta investimento em tecnologia, em informação, mecanismos para massificar as atividades sustentáveis que hoje já existem, mas de maneira muito tímida, diante da enorme grandeza que temos em riquezas naturais”, finalizou.

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