CIDADES DO RIO NEGRO SOFREM ISOLAMENTO DE COMUNICAÇÃO APÓS APAGÃO DE INTERNET
Uma situação preocupante tem afetado severamente as cidades localizadas na região do Rio Negro, no Amazonas. Um apagão de internet tem deixado os moradores e as empresas desses municípios sem comunicação, prejudicando o acesso a serviços essenciais e dificultando o desenvolvimento local. A falta de manutenção nos cabos de fibra óptica do Programa Amazônia Conectada tem sido apontada como a principal causa desse problema.
O Programa Amazônia Conectada tinha como objetivo expandir a infraestrutura de comunicações na região amazônica e contribuir para as ações do Governo Federal no âmbito do Programa Nacional de Banda Larga – PNBL. No entanto, a realidade enfrentada pelos moradores dessas cidades é de total abandono e falta de prioridade para a manutenção da comunicação. O resultado é um cenário em que trocar uma simples mensagem pela internet, acessar serviços governamentais e até mesmo utilizar serviços bancários se torna uma tarefa impossível.
Diante desse quadro preocupante, é urgente que o Ministério da Defesa, responsável pela coordenação geral do Projeto Amazônia Conectada, tome providências imediatas. Os municípios da calha do Rio Negro, como Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, necessitam de atenção especial para solucionar os problemas de comunicação.
A falta de reparos necessários nos cabos de fibra óptica indica um possível desperdício do dinheiro público ou uma má gestão dos recursos, com planejamento incorreto ou inadequado, ou até mesmo falta de recursos para realizar os devidos reparos. Um exemplo dessa situação é a rede de Vila de Moura, em Barcelos, que está inoperante desde agosto de 2022, afetando a Unidade Básica de Saúde e as escolas da região. Infelizmente, não há informações sobre a causa do problema, e o Exército Brasileiro, responsável pelo projeto, não se manifestou.
Registram-se várias interrupções no sinal de fibra óptica ao longo da calha do Rio Negro nos últimos meses, afetando principalmente os municípios de São Gabriel da Cachoeira, Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro. Esses períodos de falta de comunicação têm impactado significativamente a vida da população local, prejudicando o acesso a serviços essenciais.
Diante da gravidade da situação, a Defensoria Pública do Amazonas abriu um procedimento para apurar as responsabilidades dos órgãos envolvidos. No entanto, tanto o Exército Brasileiro quanto a PRODAM (Processamento de Dados do Amazonas) se recusaram a assumir qualquer responsabilidade pelos incidentes. A PRODAM é responsável apenas pela manutenção da rede terrestre dos cabos ópticos e interligação dos órgãos estaduais e participantes do Programa Amazônia Conectada, enquanto o Exército afirma que não tem responsabilidade sobre os serviços de internet fornecidos à população pelos provedores.
Diante desses fatos, surge a pergunta inevitável: como podem os serviços funcionarem adequadamente se há falhas na infraestrutura, seja nos cabos ou nos equipamentos? A falta de uma resposta clara por parte das autoridades responsáveis agrava ainda mais a situação, deixando a população em um estado de incerteza e desamparo.
É lamentável constatar que as prefeituras dos municípios afetados não tenham tomado a iniciativa de cobrar dos responsáveis um plano de manutenção adequado. Essa falta de ação está resultando em graves prejuízos para a população, que depende da internet para diversas atividades cotidianas. Órgãos públicos, empresas privadas, o comércio local e até mesmo os serviços de pagamento, como o Pix e cartões de débito e crédito, estão comprometidos. Além disso, os alunos enfrentam dificuldades para acompanhar suas aulas, as audiências judiciais e a telemedicina sofrem interrupções, prejudicando o acesso aos direitos básicos.
Diante desse cenário caótico, é imprescindível clamar por um posicionamento claro e imediato das autoridades competentes. É necessário que o Exército Brasileiro, responsável pelo Projeto Amazônia Conectada, e a PRODAM assumam sua responsabilidade e tomem medidas urgentes para resolver os problemas de comunicação nessas regiões afetadas.
Nesse momento, é fundamental que os órgãos públicos de fiscalização atuem em prol da população, buscando soluções efetivas para esse grave problema. A Defensoria Pública do Amazonas, bem como outros órgãos fiscalizadores, deve empenhar-se em ajudar a população e garantir que a situação seja resolvida o mais rápido possível.
Não podemos permitir que as cidades do Rio Negro permaneçam isoladas e prejudicadas pela falta de comunicação. É urgente que medidas sejam tomadas para garantir o acesso à internet de qualidade, promovendo o desenvolvimento dessas regiões e garantindo que seus habitantes tenham acesso aos serviços e benefícios essenciais.