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Mulher recebe pedido de nude ao se candidatar para vaga em shopping: ‘fiquei abalada’

No Rio de Janeiro, uma mulher recebeu pedidos de “nudes” e de “teste do sofá” após se candidatar a uma vaga de emprego em um shopping. Mesmo abalada, Tatiane de Souza processou o shopping, uma loja e o responsável pelo envio da mensagem, que foram condenados a pagar indenização de R$ 50 mil.

O caso ocorreu em 2019. Tatiane tinha 19 anos e estava em busca de um emprego fixo. Após uma indicação de uma amiga, que já trabalhava no Shopping Metropolitano Barra, na Zona Oeste do Rio, ela fez o cadastro no site do próprio centro de compras na seção “Trabalhe Conosco” para vagas de vendedora.

Ela também entrou em contato nos números de WhatsApp disponíveis, e recebeu mensagens de um homem que falava em nome do centro comercial.

“Foi muito rápido o retorno. Ele já começou a fazer a entrevista comigo, pediu o nome, o endereço, a minha experiência, foi uma entrevista normal no começo”.

A candidata lembra que o homem chegou a marcar a entrevista. “Ele falou o nome da moça que iria me atender e em seguida já mudou o assunto”.

Depois de agendar entrevista para o cargo, ela recebeu mais uma mensagem.

“Não estava nem esperando, ele me pegou muito de surpresa. Estava conversando comigo, marcando a entrevista e do nada já pediu um nude e apagou. Foi muito rápido e de surpresa.”

Segundo a candidata, as mensagens foram apagadas em seguida. No entanto, ela conseguiu salvar as imagens da conversa no celular. De acordo com o advogado Marcus Malcher, as imagens também fazem parte do processo.

Tatiane conta que foi a primeira vez que passou pela situação. “Foi muito constrangedora. Tive uma pessoa do meu lado que me ajudou a ser forte neste momento, que foi meu namorado. Eu sozinha acho que não iria conseguir”.

Inicialmente, ela disse que ligou para a polícia e depois registrou um boletim de ocorrência. “Não sei nem de onde eu tirei força para buscar meus direitos. Isso mexe muito comigo”.

Em paralelo, Tatiane prestava serviços pontuais em um escritório de advocacia e, ao contar sobre o episódio, recebeu orientações para entrar com uma ação pedindo a indenização.

“Em algum momento essa demora da Justiça que foram quatro anos leva a uma descrença. Mas não pode passar impune uma situação desta. Essa indenização acaba tendo esse caráter também não só de reparar, mas de punição também”, explica o advogado Marcus Vinicius Malcher.

Na decisão da Justiça consta que o caso “extrapolou a esfera do simples aborrecimento”, além de “ocasionar grande constrangimento e situação aflitiva à autora”. O valor estabelecido foi determinado por dano moral após ofensa e por caráter educativo.

“Se alguém passar por uma situação desta, procure seus direitos e não pense que não vai dar em nada, não pense que vai ficar impune. Uma hora a pessoa vai ter que pagar pelo que ela fez”, completa Tatiane.

Procurada, a administração do Shopping Metropolitano Barra afirmou “repudiar qualquer tipo de assédio ou violência” e alegou não ter acesso às mensagens trocadas entre os envolvidos.

Com informações do G1

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