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Freira é indiciada por 10 mortes e tortura de idosos em instituição em MG

Quinze pessoas, entre elas uma freira, foram indiciadas por maus-tratos e as mortes de 10 idosos em uma casa de repouso na cidade de Divinópolis

Freira indiciada por diversos crimes

Responsável pela administração da Vila Padre Libério por sete anos, a irmã Adelaide Dantas, de 54 anos, é considerada pela polícia a principal responsável pelos casos.

Ela foi acusada pelos crimes de tortura, cárcere privado, omissão de socorro, exercício ilegal da medicina e homicídio.

Denúncia partiu de ex-funcionária

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) tomou conhecimento do caso por meio de denúncias. Entre elas, a de uma ex-enfermeira da instituição, demitida justamente após relatar os episódios ocorridos no local, em 2021.

“Eu percebi os maus-tratos, percebi algumas agressões, né? Em alguns idosos, por causa dos gritos de socorro, de ‘ai, me ajuda’, na sala de banho. E isso era frequente, todos os dias”, disse ela em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.

Registro em fotos

A própria enfermeira registrou em imagens a rotina de horror à qual eram submetidos os idosos na instituição. Eles eram amarrados em macas, tinham marcas de agressões na pele e ferimentos sem tratamento.

Além disso, eram trancados em seus quartos, nos quais havia apenas um balde para necessidades fisiológicas. A comida, entregue no local, acabava se misturando com os dejetos.

“Rotina da instituição”

A enfermeira, que não quis se identificar, contou que relatou à própria irmã Adelaide os abusos que percebia, mas que ouviu da administradora que tudo fazia parte da “rotina da instituição”.

Relatos em cadernos

Dezenas de pessoas foram ouvidas, e a polícia levou como provas relatos feitos nos cadernos para controle diário da instituição, que comprovavam a omissão de socorro a idosos doentes.

Em um dos trechos, um plantonista contou que uma idosa “foi levada à enfermaria com dificuldade para respirar”. “Foram feitas manobras de primeiros socorros e ela foi levada para o leito, com pressão alta e nível de oxigenação baixo, a idosa morreu horas depois.”

“Ela (Adelaide) era alertada da situação do idoso, que estava sofrendo, precisava ir para um local de atendimento de maior complexidade, e ela nada fazia. Os idosos morreram por omissão dela”, disse a delegada Adriene de Oliveira, responsável pelo caso.

Atuava como médica

Mesmo com registro profissional de enfermeira, Adelaide atuava como médica e “ministrava medicação, aplicava e suspendia ao seu bel prazer”, conforme explicou Adriene.

Defesa da suspeita

“A irmã sempre fez o trabalho com maior zelo possível. Sobre omissão de socorro, qualquer caso grave era levado, sim, ao hospital. Tanto que vou trazer aos autos provas de tantas e tantas casos que a irmã acompanhou junto ao hospital”, disse o advogado da indiciada, Marcos Valério.

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