Brasileiras em intercâmbio ficam presas no Peru e pedem socorro
“Queríamos nos conectar com a cultura da América Latina em um intercâmbio e tudo virou um pesadelo”. É assim que as brasileiras Alice Ribeiro e Daniela de Oliveira definem a viagem para o Peru na qual ainda estão forçadas a permanecer por conta de manifestações políticas no país. Presas e sem alternativa, elas contam não ter tido ajuda da embaixada brasileira.
Sonho do intercâmbio virou pesadelo
Alice Andrade Ribeiro, 26, e Daniela de Oliveira, 26, apelam por ajuda para conseguirem retornar ao Brasil. As jovens saíram de São Paulo e partiram para Lima, capital do Peru, no dia 4 de janeiro, onde ficaram hospedadas por 3 dias. Assim que chegaram no país, as manifestações que estavam presentes no interior foram se espalhando e ganhando força até chegarem na capital.
Entenda as manifestações no Peru
As manifestações peruanas começaram assim que o Congresso decretou o impeachment do presidente Pedro Castilho, em 7 de dezembro de 2022, após ser acusado de tentativa de golpe no Estado. Sem apoio das Forças Armadas e da Polícia, ele foi preso e quem assumiu a presidência foi sua vice Dina Boluarte.
Manifestantes reivindicam novas eleições, fechamento do Congresso, responsabilização pelas mortes, nova Constituição e liberdade ao então presidente Pedro Castilho.
Os manifestantes fecharam as estradas, rodovias, aeroportos, organizaram barricadas e incendiaram prédios, o que fez comércios, e todo e qualquer tipo de estabelecimento ser fechado, inclusive o turismo.
O número de pessoas mortas chegou a 48 mortos, de acordo com o jornal espanhol “Público”.
O que elas fizeram sobre manifestações?
As jovens, com o foco de fugir dos conflitos, abriram mão de algumas das cidades que iriam visitar e foram direto em direção a Cusco com o intuito de chegar em Machu Picchu, cidade histórica para a qual já tinham entrada garantida.
Pensando que as manifestações não estariam nas cidades mais afastadas, elas chegaram em Ayacucho, um povoado no qual pegaram um bordo, espécie de van clandestina, com moradores e seguiram passando por Chincheros e Uripa, intercalando entre transporte e caminhadas que duraram cerca de 12h, até chegar em Andahuaylas, onde estão abrigadas desde terça-feira (10).
As manifestações peruanas começaram assim que o Congresso decretou o impeachment do presidente Pedro Castilho, em 7 de dezembro de 2022
E a embaixada brasileira?
Alice Andrade e Daniela de Oliveira afirmam que enviaram um email pedindo ajuda à Embaixada Brasileira relatando o ocorrido e até agora não tiveram uma resposta eficaz. A Embaixada Brasileira pediu para que as brasileiras pedissem que seus familiares entrassem em contato e seguissem as orientações.
Os familiares seguiram as instruções e a única resposta que tiveram foram instruções de proteção,
“Estamos desesperadas, pois nossos recursos estão acabando e a única ajuda que tivemos foi dos peruanos, até agora o Brasil não tem feito nada pra ajudar”, afirma Alice.
O Yahoo Notícias entrou em contato com a Embaixada Brasileira e não obteve respostas.
Fonte Yahoo Noticias