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Salário mínimo: governo quer esperar até maio para dar aumento

  • Valor se mantém em R$ 1.302, atualizado apenas pela inflação;
  • Salário mínimo em R$ 1.320 representaria a volta da política de valorização do piso nacional;
  • Em seus quatro anos de governo, Bolsonaro apenas corrigiu o mínimo pela inflação.

O governo federal quer esperar até o dia 1º de maio, feriado do Dia do Trabalhador, para reajustar o salário mínimo nacional para R$ 1.320. Tradicionalmente o valor é atualizado até o fim de janeiro, de modo que os pagamentos deste mês já aumentam.

A medida teria sido uma ideia da área econômica, ultimamente chefiada por Fernando Haddad, e ainda está em discussão entre os membros do gabinete presidencial. Conforme o Estadão, o tema já foi levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), porém ainda não houve nenhuma decisão.

A resolução seria uma forma de economizar nas contas públicas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem como planos para este ano diminuir o rombo dos gastos públicos perpetrado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. De acordo com um cálculo obtido por acidente pela imprensa, Haddad quer diminuir o déficit em R$ 220,08 bilhões ainda neste ano.

De acordo com a equipe técnica do Ministério da Fazenda, o adiamento do reajuste do salário mínimo se deve a um erro de projeção do Orçamento de 2023 entregue por Bolsonaro. O aumento no piso nacional acarretaria em um custo de R$ 7,7 bilhões a mais do que aquele previsto no Orçamento. A PEC da Transição, aprovada no final do ano passado, já previa este erro, mas só conseguiu aprovar R$ 6,8 bilhões para este fim.

O valor de R$ 1.320 representaria o retorno do salário mínimo com ganho real, política de valorização do piso nacional estabelecida pelos governos do PT. Durante os quatro anos de governo Bolsonaro, e durante o mandato de Temer, o salário mínimo foi corrigido apenas pelo valor da inflação do período, ou seja, se manteve o mesmo. Sem o novo reajuste, o valor do mínimo se mantém em R$ 1.302, estabelecido via Medida Provisória pelo ex-presidente Bolsonaro em dezembro do ano passado.

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