Equipes de saúde da Prefeitura de Manaus discutem aconselhamento genético e estratégias para reduzir complicações na gestação
As equipes do Distrito de Saúde Rural (Disa Rural) da Prefeitura de Manaus e profissionais de saúde da rede particular participaram do Fórum de Vinculação ao Pré-Natal nesta quinta-feira, 1º/12, no auditório da Unidade 3 do Centro Universitário Fametro, localizado no bairro Chapada, zona Centro-Sul. O objetivo do evento, que aconteceu ao longo deste mês em todos os distritos da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), foi discutir as formas de reduzir a morbimortalidade em Manaus. A participação do Disa Rural marcou o fechamento da programação, que iniciou no dia 1º/11.
O tema central das discussões dos fóruns foi a prescrição regular de Ácido Acetilsalicílico (AAS) e suplementação de cálcio durante o pré-natal, medida direcionada para mulheres com maior risco de desenvolver pré-eclâmpsia, e a descentralização do atendimento à gestante com traço falciforme, um trabalho que passará a ser realizado também pelas unidades da Semsa, seguindo as orientações do Ministério da Saúde.
Na avaliação da chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, enfermeira Lúcia Freitas, o saldo dos fóruns de vinculação foi positivo porque possibilitou uma ampla troca de conhecimentos e alinhamento de ações entre os profissionais de saúde da atenção primária (gerenciada pelo município) e secundária (administrada pelo estado).
“Ficamos felizes com a participação dos médicos clínicos, ginecologistas obstetras, enfermeiros, equipes técnicas da rede de saúde pública e particular, além de professores de instituições de ensino superior e representantes de organizações da sociedade civil. Os fóruns de vinculação pré-natal são espaços privilegiados para discussão dos entraves, busca de soluções e alinhamento dos fluxos de atendimento às gestantes em toda a rede de assistência à saúde”, sintetizou Lúcia.
A professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), médica ginecologista, Ione Brum, que tem doutorado em ginecologia e obstetrícia pela Universidade de São Paulo (USP–SP), e que atua no ambulatório Araújo Lima, falou sobre a suplementação do cálcio e da prescrição do AAS para evitar a pré-eclâmpsia e eclâmpsia durante a gravidez.
“É uma medida importante para reduzir a morte materna e fetal. Muitas mulheres que evoluem para um quadro de pré-eclâmpsia e eclâmpsia acabam tendo o neném de forma prematura ou até uma morte fetal, quando o neném morre na barriga da mãe, como consequência do aumento da pressão arterial na gravidez. Essas medidas tem o objetivo de mudar esse cenário”, assinalou Ione.
A enfermeira Cilícia Aquino, que atua no apoio técnico da rede de atenção materno infantil da Secretaria de Estado de Saúde (SES/AM) e também no Ambulatório de Hematologia da Fundação Hemoam, apresentou o tema do aconselhamento genético em traço falciforme na Atenção Primária à Saúde. Ela explicou que o atendimento será descentralizado, deixando de ser realizado no Hemoam, para ser executado pelos profissionais médicos e enfermeiros da APS.
“A proposta é que a partir do ano que vem esse aconselhamento seja realizado na Atenção Primária, porque esse paciente com traço falciforme não tem a doença, tem somente a condição de portador, que é uma herança genética. A Fundação Hemoam se coloca à disposição para que a orientação seja bem feita. Esse trabalho de qualificação vem sendo realizado ao longo do ano e estamos à disposição para apoiar esse trabalho de orientação”, explicou Cilícia.
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Texto – Divulgação / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa