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‘Mais livre do que nunca’, diz mulher que matou marido e escondeu corpo no freezer

A pedagoga Cláudia Tavares Hoeckler, de 40 anos, que confessou nesta segunda-feira (21) ter matado o marido e escondido o corpo dele dentro do freezer, disse que está se sentindo ‘mais livre do que nunca’.

O corpo do motorista Valdemir Hoeckler, de 52 anos, que estava desaparecido desde a última terça-feira (15) foi encontrado dentro do freezer de casa em Lacerdópolis, Santa Catarina, na noite de sábado (19) pela polícia.

Ela disse ao canal Beto Ribeiro, no YouTube, que, na noite anterior ao assassinato, foi agredida e ameaçada de morte pelo motorista.

Com a prisão temporária decretada pela Justiça catarinense, ela também afirmou que se sentia “mais livre do que nunca”.

Cláudia e Valdemir estavam juntos há mais de 20 anos e moravam em Lacerdópolis (SC), oeste do estado, quando ela matou o marido asfixiado enquanto ele dormia sob efeito de medicamentos no dia 14 de novembro, antes de esconder o seu corpo no freezer, que só foi encontrado cinco dias depois do crime.

A mulher alegou que era vítima de agressões e ameaças de morte do marido, com quem tinha um perfil conjunto em uma rede social.

Ao UOL Notícias, a defesa da suspeita, Claudio Dalledone, disse que vau pedir para que a pedagoga responda ao processo em liberdade.

“Vamos colocar todas as circunstâncias para que a juíza da comarca fique sabendo de todo esse cenário de horrores [que ela vivia] e vamos pedir para que a juíza imponha condições para que ela responda esse ato em liberdade”, disse o advogado.

Cláudia é definida por seu advogado como “uma mulher maltratada e violentada, física e psicologicamente que, para preservar sua vida, matou”.

Abandono e abusos

Na entrevista concedida ao canal Beto Ribeiro, no YouTube, Cláudia relatou ter tido uma vida marcada por abusos e abandonos desde os primeiros anos de vida.

Filha de uma garota de programa, Cláudia nasceu em Chapecó (SC) e disse ter sido criada por uma desconhecida nos primeiros anos de vida e engravidado na adolescência. Além disso, iniciou os estudos tardiamente, foi abusada sexualmente pelo padrasto e nunca conviveu com o pai.

“Foi um período conturbado. Meu padrasto… mexia comigo. Só mexia nas minhas partes íntimas. Conforme fui crescendo, fui me defendendo. Aí, ele parou.”

Claudia disse que nunca contou para a mãe sobre o que acontecia.

Namoro e gravidez na adolescência

Aos 17 anos, Cláudia começou o namoro com Valdemir, que tinha 29 anos. Na época, a mãe dela tinha uma lanchonete onde Valdemir revendia cigarros comprados no Paraguai.

‘Eu me senti protegida. Eu vi nele uma pessoa que ia cuidar de mim’, disse Cláudia.

A pedagoga disse que após alguns meses se relacionando com Valdemir descobriu que ele era casado e tinha três filhos.

“Mas eu já estava apaixonada e acabei aceitando. A minha mãe proibiu [o namoro], mas eu continuei saindo com ele escondida, e acabei engravidando”, conta.

Claudia foi expulsa de casa após a descoberta da gravidez e sem apoio, ela disse que decidiu entregar a filha para adoção, mas desistiu ao pegar a criança no colo logo depois de dar à luz.

‘Eu não iria pegá-la nos braços. Mas aí eu me lembro que passei a noite cuidando dela. Aí, eu prometi que iria criar ela do jeito que eu pudesse’, relatou.

Após o nascimento da filha, ela retomou o contato com Valdemir quando a com apenas três semanas de vida, a menina contraiu pneumonia, com três semanas de vida.

“Tive que ligar para ele e pedir dinheiro”, diz.

Do relacionamento abusivo ao crime

Cláudia disse que após um período Valdemir deixou a esposa e foi morar com ela e a filha, no entanto, as agressões que já estavam presentes antes deles morarem juntos, se intensificaram.

De acordo com a pedagoga, o marido tinha o cuidado de agredi-la em locais onde as marcas da violência não ficassem aparentes. Houve, segundo ela, uma escalada da violência.

“Uma vez, ele passou a noite inteira dizendo que iria me matar. Ele dizia que, se eu não obedecesse e não ficasse com ele, ele iria me matar.”

Cláudia relatou que o marido tinha ciúmes dela com a própria filha do casal.

“Às vezes, a gente tinha que fingir que brigava para ter um bom relacionamento em casa”, conta.

A filha do casal decidiu sair de casa quando tinha apenas 18 anos por não aguentar a convivência em casa.

“E ela nunca mais voltou. Nunca mais falou com o pai.”

A moça só foi registrada por Valdemir aos dez anos de idade.

“Eu sinto que minha filha está mais segura, entende? Eu sei que é meio louco dizer isso, mas eu acho que a gente vai conseguir se ver mais e não vai ter ninguém impedindo da gente se ver”, disse.

Mas a relação de ciúme e possessão se agravou nos últimos anos, segundo ela.

“Eu não tinha vida própria. Não podia nem sair com as amigas. Eu ia no salão e tinha que sair com cabelo molhado porque ele estava enchendo o saco. Porque eu estava demorando.”

Fonte Yahoo Noticias

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