‘Estamos a caminho do inferno climático’, alerta chefe da ONU
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse nesta segunda-feira, 7, no início da cúpula da COP27 no Egito, que os países precisam enfrentar uma escolha difícil: trabalhar juntos agora para reduzir as emissões ou condenar as gerações futuras a catástrofe climática. A ideia é destacar a urgência da medida que os governos se reúnem para duas semanas de conversas sobre como evitar os piores impactos das mudanças climáticas, mesmo que parte das atenções estejam voltadas para a guerra da Rússia na Ucrânia, a inflação desenfreada ao consumidor e a escassez de energia.
“A humanidade tem uma escolha: cooperar ou perecer”, disse Guterres a delegados reunidos na cidade litorânea de Sharm el-Sheikh. Líderes de países da Grã-Bretanha à Arábia Saudita devem falar ao final do dia. Guterres destacou a urgência de um pacto entre os países mais ricos e mais pobres do mundo para acelerar a transição dos combustíveis fósseis e a entrega do financiamento necessário para garantir que os países mais pobres possam reduzir as emissões e lidar com os impactos inevitáveis do aquecimento que já ocorreu.
Ele também pediu aos países que concordem em eliminar gradualmente o uso de carvão, um dos combustíveis mais intensos em carbono, até o ano de 2040 em todo o mundo, com membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico atingindo essa marca até 2030: “As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo. As temperaturas globais continuam subindo. E nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível”, disse ele. “Estamos a caminho do inferno climático, com o pé no acelerador”.
Guterres disse ainda que manter viva qualquer esperança de atingir essa meta significa alcançar emissões líquidas globais zero até 2050: “Ou é um Pacto de Solidariedade Climática – ou um Pacto Coletivo de Suicídio”, disse.
Com informações da CNN Brasil