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Cadelinha viaja 58km para se despedir de tutor internado

  • Dono está internado na UTI da Santa Casa de Campo Grande
  • Ele está recebendo cuidados paliativos
  • Visita da cadelinha é parte de estratégia de humanização dos cuidados do hospital

Um homem internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Campo Grande (MS) pode receber a visita de sua cachorrinha nos momentos em que recebe suporte final de vida. A cadela Lalinha saiu da cidade de Bandeirantes e fez a viagem de 58 km até a capital.

Seu dono, Amarildo Carlos Ferreira, de 56 anos, sofre de cirrose hepática avançada e é renal crônico dialítico. Mesmo doente, reconheceu a cachorrinha e ficou muito feliz em revê-la.

“Ela é da família! Foi uma cena muito emocionante. Ela sempre esteve no colo dele e ao lado dele dentro de casa. Desde a internação, ela não para de chorar pela casa”, disse sua esposa, Fátima dos Santos Ferreira, de 52 anos, ao portal G1.

Durante os seis dias em que estava internado, o maior desejo de Amarildo era ver Lalá. O encontro foi organizado pela Santa Casa, a partir dos Serviços de Geriatria e Cuidados Paliativos e da Comissão de Humanização da unidade de saúde.

Para visitar o dono, Lalá tomou banho e fez a viagem ao lado de Fátima. Este pode ser um dos últimos encontros dos dois, já que Amarildo já fez todas as medidas terapêuticas possíveis e está em suporte final de vida.

Segundo a médica paliativista Fernanda Romeiro, o pedido para levar a cachorrinha ao hospital também veio da esposa do paciente.

“A esposa manifestou que, como ele já era cadeirante há muito tempo, a cadelinha só ficava próxima dele em casa. Então, era muito importante esse reencontro. Conseguimos humanizar e individualizar o atendimento, levando em conta os pilares do cuidado paliativo, que é trazer qualidade de vida nos momentos que restam ao paciente”, contou.

O encontro faz parte de uma política de humanização dos cuidados paliativos. Chamada de terapia assistida por animais (TAA), a prática permite manter o bem-estar físico, emocional, cognitivo e social de pacientes e pode até ajudar em casos de ansiedade e depressão.

“A equipe proporcionou a humanização. A gente trouxe o cachorrinho do paciente, que é um serzinho que ele tem um vínculo, numa situação de fim de vida. É um paciente dialítico que foi solicitado a suspensão da diálise e está em processo ativo de morte. O que a gente fez foi realizar um desejo de fim de vida”, explicou a supervisora médica do Serviço de Geriatria e Cuidados Paliativos, Paskale Vargas, ao portal G1.

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