Polícia

Padrasto investigado por tortura de enteados está foragido no interior de SP

Deivid dos Santos, investigado por torturar e desfigurar os enteados de 4 e 7 anos, em Jardinópolis no interior de São Paulo, está foragido. Ele está desaparecido desde quinta-feira (14), quando os irmãos foram achados com graves ferimentos.

As agressões, supostamente praticadas pelo padrasto, foram descobertas na última quinta-feira (14) pela tia de um dos meninos.

Na sexta-feira (15), a mulher foi à delegacia para registrar o boletim de ocorrência junto com o pai do caçula. Antes, as crianças foram levadas ao Pronto-Socorro.

O boletim de ocorrência foi registrado inicialmente como lesão corporal. Mas, nesta segunda-feira (18), o delegado informou que a tipificação foi alterada para tortura, por considerar que o padrasto submeteu os enteados a sofrimento físico com violência como forma de aplicar castigo pessoal.

Segundo a tia, Lilian Maria Zeferino, os meninos estavam com os rostos desfigurados por causa de hematomas, principalmente na área dos olhos, e estavam assustados.

De acordo com a investigação, as crianças teriam sido agredidas dentro de casa, na tarde de quinta-feira (14).

Caroline de Menezes Lima, mãe dos meninos contou que chegou em casa de madrugada após o trabalho e encontrou os filhos feridos. Depois, seguiu para o pronto-socorro municipal com as crianças.

Ela conta ainda que vizinhos relataram ter ouvido os barulhos vindos da residência no momento em que os meninos eram agredidos.

Depois do atendimento no Pronto-Socorro de Jardinópolis na sexta-feira (15), o delegado solicitou a presença das crianças na delegacia e as encaminhou ao Instituto Médico Legal (IML) de Ribeirão Preto (SP) para exame de corpo de delito.

O laudo do IML apontou que as lesões são de natureza leve, mas cometidas por meio cruel. O documento também demonstrou lesões antigas, como de queimaduras, nas crianças.

“As agressões e a tortura não foram fatos isolados”, diz o delegado.

Para averiguar uma possível conduta omissa, diante das agressões, a mãe dos meninos também é investigada.

O delegado André Baldochi, Caroline tinha o dever de impedir as agressões, mas teria se mostrado inerte.

Em depoimento especial à polícia, colhido com apoio de psicólogos, as crianças relataram que as agressões eram frequentes.

“As crianças vítimas foram encaminhadas para oitiva especializada, com informações de que as agressões físicas eram frequentes, bem como que a genitora nada fazia a respeito”, disse o delegado em nota.

Devido os meninos serem irmãos por parte de mãe. Após a denúncia, cada um foi entregue ao respectivo pai.

E por decisão da Justiça, Caroline está proibida de ter contato com os filhos até que o inquérito seja concluído. O que deve acontecer no prazo de 30 dias, mas o prazo pode ser prorrogado caso haja necessidade.

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