Prefeitura intensifica ações de combate ao Aedes orientando sobre o descarte irregular de lixo
A Prefeitura de Manaus deu início a um novo cronograma de intensificação das ações de combate ao Aedes aegypti nos bairros mais vulneráveis para doenças transmitidas pelo mosquito na capital – dengue, zika e chikungunya. Realizada por agentes de endemias da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a programação tem o objetivo principal de conscientizar a população sobre a forma correta de cuidar dos seus ambientes e impedir a proliferação de focos do mosquito.
O chefe do Núcleo de Controle da Dengue da Semsa, Alciles Comape, informou que a atividade dá continuidade ao plano de ação criado a partir do 1º Diagnóstico de Infestação do Aedes aegypti (LIRA-a) de 2022, realizado em abril. Foram identificados 17 bairros com alta vulnerabilidade, 29 com média vulnerabilidade e 17 com baixa vulnerabilidade.
“Estamos intensificando as ações mais uma vez para conscientizar a população sobre a eliminação dos focos do Aedes aegypti. Nós entramos no período do verão amazônico, com menos chuvas, e isso provoca uma leve redução no número de casos de dengue, mas eles continuam surgindo e precisamos nos manter em alerta. Só nos 12 primeiros dias de julho, já tivemos 30 notificações da doença”, informou.
Nos dias 5 e 7 deste mês, as ações foram concentradas nos bairros Coroado e Zumbi, na zona Leste, e nesta terça-feira, 12/7, chegaram ao bairro Dom Pedro I, zona Oeste. Os agentes de endemias, do Departamento de Vigilância e Epidemiologia em Saúde (Devae), ainda passarão pelo bairro Lírio do Vale, na quinta-feira, 14; Cidade Nova, no dia 19, e Novo Aleixo, no dia 21, ambos na zona Norte; Betânia no dia 26, e Japiim no dia 28, na zona Sul.
“A secretaria aproveita esse momento em que os casos notificados estão diminuindo, para alertar a população sobre os cuidados, e quando voltarmos ao período chuvoso, a partir de outubro e novembro, a infestação do mosquito estará menor e consequentemente teremos menos pessoas doentes”, observou Alciles.
Resíduos
O 1º LIRA-a de 2022 apontou que o descarte irregular de lixo é um dos fatores que mais contribui para a proliferação do mosquito. Por conta disso, o trabalho está sendo desenvolvido em parceria com educadores da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp).
A coordenadora de Educação em Saúde do Distrito de Saúde (Disa) Oeste, Raimunda Silva, explicou que copos descartáveis, garrafas PETs e sacos plásticos, por exemplo, podem se tornar depósitos de ovos do Aedes aegypti se forem descartados incorretamente. É comum encontrar esses materiais em quintais, pátios e jardins.
“Quando chove, esses resíduos acumulam água, e é fundamental que a população elimine toda água parada de sua residência, tanto da área interna quanto externa, porque é isso que aumenta a população do mosquito. Caso a água seja reutilizada, a orientação é cobrir de forma adequada o recipiente, como máquinas de lavar roupa, baldes ou camburões, para que o mosquito não entre e deixe seus ovos”, observou.
Durante o trabalho de conscientização, os agentes distribuem aos moradores a estratégia “Check List – 10 Minutos contra o Aedes”. O intuito é que as pessoas realizem uma vistoria dentro e fora de casa, uma vez por semana, para eliminar a água parada em diversos recipientes apontados no folder.
“O checklist foi baseado no ciclo biológico do Aedes, que dura de sete a dez dias, desde a colocação do ovo até ele se tornar um mosquito adulto. A população pode quebrar esse ciclo e impedir que o mosquito se desenvolva dentro de sua casa, o que contribuirá para a redução do índice de infestação na cidade”, explicou.
Dados
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que Manaus registrou 1.402 notificações de dengue, de janeiro até o dia 12 de julho deste ano. Desse total, 785 casos foram confirmados.
Já em relação aos casos de zika, no mesmo período, foram 77 notificações e 43 casos confirmados. Sobre os casos de chikungunya, foram notificados 82 casos, e 26 tiveram confirmação para a doença.
— — —
Texto – Victor Cruz / Semsa
Fotos – Henrique Souza / Semsa